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Interior

Operação contra família de "atacadistas da droga" prendeu dois em MS

Com vendas de drogas em atacado a quadrilha movimentava valores que ultrapassavam R$ 200 milhões ao ano

Geisy Garnes e Helio de Freitas | 17/01/2019 10:16
Thiago foi preso com munições calibre 45 (Foto: Divulgação)
Thiago foi preso com munições calibre 45 (Foto: Divulgação)

Duas pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (17) em Mato Grosso do Sul durante a Operação Bad Family, realizada em três estados brasileiros contra tráfico de drogas e armas. Dos quatro alvos no Estado, dois foram encontrados em Paranhos – cidade a 469 quilômetros de Campo Grande.

Policiais de Mato Grosso do Sul e do Rio de Janeiro, cumpriram nesta manhã quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão. Um dos detidos é Gedielson Ximenes Pedro, irmão de Edson Ximenes Pedro, apontado pela polícia como líder da quadrilha responsável por fornecedores de drogas e armas a comunidades do Rio de Janeiro.

Gedielson foi preso em ação conjunta entre policiais dos dois estados em Paranhos. O nome do irmão de Edson aparece no primeiro inquérito policial envolvendo o traficante, no ano de 2007.

Na época, uma caminhonete S-10 usada por Edson para levar maconha e haxixe ao Mato Grosso estava no nome de Gedielson. Em depoimento, o traficante afirmou a polícia que apesar dos documentos estarem no nome do irmão, era ele quem tinha negociado e pago o veículo.

O segundo preso foi identificado como Thiago Aparecido Boldrini. Essa é a segundo passagem dele por tráfico em Mato Grosso do Sul. Em 2013 foi flagrado com porções de cocaína escondidas no painel de um Volkswagen Gol na cidade de Água Clara – a 198 quilômetros da Capital.

Na data, contou à polícia que decidiu vender droga para conseguir pagar uma cirurgia para a mãe. Detalhou que comprou 400 gramas de cocaína fiado e dividiu em vários papelotes que venderia por R$ 250 cada. Com os lucros, pagaria a dívida com o traficante, cerca de R$ 7 mil, e ajudaria a família.

Conforme o delegado Rodolfo Daltro, do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados, durante as ações foram encontradas provas do envolvimento os suspeitos no esquema de tráfico que envolvia moradores da fronteira, de Dourados e Campo Grande.

Foram apreendidas munições calibre 45, que são de uso restrito, com Thiago. As equipes policiais continuam em buscas pelos outros suspeitos na região. Participam da ação, investigadores do SIG Dourados, Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira), Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) e Derf (Delegacia Especializada de Roubo e Furto) de Campo Grande.

Gedielson Ximenes Pedro, irmão de Edson, o líder da quadrilha (Foto: Divulgação)
Gedielson Ximenes Pedro, irmão de Edson, o líder da quadrilha (Foto: Divulgação)

Entenda - As investigações da Operação Bad Family, realizada pela 25ª DP (Delegacia de Polícia) do Rio, apontam Edson e vários familiares como integrantes de uma quadrilha responsável por abastece em larga escala as principais comunidades da região metropolitana do Rio com drogas e armas.

Segundo a polícia, com o auxílio da esposa, irmãos e cunhado, “Pelincha” fornecia mensalmente cerca de duas toneladas de maconha e meia tonelada de cocaína aos complexos do Alemão, da Maré, do Lins e Jacaré, além dos municípios de Cabo Frio e Nova Friburgo, no interior do Rio, e em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.

Com vendas de drogas em atacado a quadrilha movimentava valores que ultrapassavam R$ 200 milhões ao ano.

Edson é ainda, segundo a polícia, um dos principais concorrentes de Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, que atuava no Paraguai no envio de drogas e armas para o Rio. Líder do Comando Vermelho, o traficante foi expulso do país no dia 19 de novembro após assassinar uma jovem de 18 anos dentro da cela em que estava preso.

Nesta manhã são cumpridos 19 mandados de prisão: quatro no Mato Grosso do Sul, dois no Espírito Santo e 13 no Rio de Janeiro.

Lavagem de dinheiro – Segundo a apuração, a família de Pelincha é atuante no agronegócio e usa sua propriedade na fronteira com o Paraguai como entreposto para o recebimento e distribuição de drogas, principalmente maconha e cocaína, além de armas e munições de diferentes tipos e calibres.

A fazenda e os negócios rurais também foram usados na lavagem do dinheiro ganho com a venda de armas e drogas, conforme constatou a investigação. Por isso, a Polícia Civil do Rio de Janeiro também pediu e 9 integrantes da organização criminosa tiveram os valores das contas bancárias sequestrados por determinação judicial.

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