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Navio da Esperança: cura da dor e presentes para ribeirinhos

Na embarcação, marinheiros levam atendimento médico, odontológico, brinquedos e roupas para quem mora em comunidades à beira do rio Paraguai

Nadyenka Castro e Viviane Oliveira, de Corumbá | 15/10/2012 15:09
Ribeirinhos recebem orientação odontológica. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Ribeirinhos recebem orientação odontológica. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Embarcação é conhecida como Navio da Esperança.
Embarcação é conhecida como Navio da Esperança.

Para quem mora a quilômetros e quilômetros da cidade, à beira do Rio Paraguai, a chance de curar dores e receber presentes está na embarcação de apelido óbvio: Navio da Esperança.

Comandado pelo capitão-tenente Marcelo Pinto Werneck, o Navio de Assistência Hospitalar Tenente Maximiano leva atendimento médico, odontológico, brinquedos, roupas e palestras aos moradores das margens do Rio Paraguai, no Pantanal sul-mato-grossense.

Nesta segunda-feira, a embarcação atendeu 100 pessoas no Porta da Manga, que fica a 62 quilômetros da área central de Corumbá. O atendimento integra a operação Ágata 6, realizada nas áreas de fronteira do País, pela Marinha, Exército e Aeronáutica.

Maria Ferreira de Oliveira, 32 anos, foi uma das pessoas atendidas. Mãe de quatro filhos – 17 anos, nove, cinco e sete meses -, ela fez os exames durante as gestações com profissionais da Marinha, as crianças foram vacinadas também pelos funcionários federais e hoje ela aproveitou para colocar o atendimento médico em dia.  A filha mais velha está grávida de nove meses.

Maria elogia o trabalho e diz que se não fosse isso, a comunidade não teria atendimento constantemente. “Para ir para Corumbá é longe, a gente não tem condições”.   Além do Navio da Esperança, os ribeirinhos recebem atendimento de serviço da Prefeitura.

O pescador Ednaldo Henrique Paixão, 50 anos, mora no Porto da Manga desde 1974 e recebe atendimentos da Marinha. Nesta segunda, ele procurou o navio porque estava com dores no peito há três dias. “É muito difícil para ir para Corumbá. O que eles fazem é bom porque aqui tem muita criança”, disse.

Somente na operação Ágata, a meta é fazer de 450 a 500 atendimentos, no total. Em toda a ação, são três navios da Marinha fazendo o trabalho: um em Mato Grosso do Sul e dois na Amazônia.

Maria com o bebê de sete meses e a menina de cinco.
Maria com o bebê de sete meses e a menina de cinco.
Ednaldo estava com dores no peito e consultou com médico.
Ednaldo estava com dores no peito e consultou com médico.

Rotina – O Navio da Esperança leva atendimento constantemente aos ribeirinhos, e não somente em operações especiais, como foi o caso desta segunda-feira, no Porto da Manga.

Neste ano, a embarcação já ‘estacionou’ na Barra de São Lourenço, Baía do Castelo e Paraguai Mirim.  Já foram distribuídos quatro mil medicamentos, doados 20 quilos de roupas e brinquedos. 

“Além de reduzir incidência de crimes de fronteira, fazemos ação cívico-social.  O ribeirinho vê no Navio da Esperança a oportunidade de consultar e viver melhor”, declarou o capitão-tenente Marcelo Pinto Werneck.

O Navio da Esperança fica de um a dois dias nas comunidades, dependendo da necessidade. A média é de retorno da embarcação a cada dois meses. 

Patrulhamento – Além da atender a ribeirinhos, a Marinha também é responsável pela fiscalização nos rios. No Rio Paraguai, são oito, um deles o Navio Fluvial Paranaguassu, comandado pelo capitão-de-corveta Maurício Leite, com 42 tripulantes.

“A gente fiscaliza a documentação da embarcação e a carga. Verifica a procedência e, se for o caso, encaminha ao órgão competente”.

A fiscalização conta com apoio de um helicóptero, que repassa informações aos tripulantes dos navios.

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