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Interior

"No entiendo, no entiendo": bolivianos desconversam sobre motivo de viagem

Os seis ônibus onde os passageiros seguiam viagem estão sendo revistados no Aeroporto Internacional de Campo Grande

Adriano Fernandes e Mirian Machado | 16/11/2020 20:17
Passageiros enfileirados ao lado do ônibus durante a revista policial. (Foto: Paulo Francis)
Passageiros enfileirados ao lado do ônibus durante a revista policial. (Foto: Paulo Francis)

A Policia Rodoviária Federal iniciou, há pouco, com o uso de dois cães farejadores revista nos seis ônibus de viagem que foram abordados, na manhã desta segunda-feira (16), sob suspeita de transporte de bolivianos de forma irregular do país vizinho para o Brasil, via Mato Grosso do Sul. A reportagem apurou que os cerca de 200 bolivianos que estavam nos veículos, serão deportados para a Bolívia a qualquer momento.

Os coletivos foram escoltados por policiais rodoviários federais em cinco viaturas, até o pátio da Polícia Federal do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Um dos ônibus já foi vistoriado e, aparentemente, nenhum material contrabandeado ou droga foi encontrado, seja no bagageiro inferior ou interno do coletivo.

Enquanto aguardam enfileirados a conclusão dos trabalhos, os bolivianos reafirmam a versão de que estavam indo fazer compras em São Paulo. Muitos, no entanto, sequer entendiam o que estava acontecendo ou evitavam falar com a reportagem. “No entiendo, no entiendo”, repetiam alguns dos bolivianos ao serem questionados pela reportagem.

Cão farejador vistoriando as malas dos passageiros. (Foto: Paulo Francis)
Cão farejador vistoriando as malas dos passageiros. (Foto: Paulo Francis)

Suzana Paz, de 40 anos, é uma das passageiras e admite que não tirou visto para viagem, ou seja, entrou no país de forma ilegal. Desde sábado (14) a entrada de estrangeiros via terrestre no país também está proibida em razão da contaminação por covid-19. A medida vale por 30 dias. “Esta é a segunda vez que faço o trajeto, na primeira vez eu tinha documentação, mas agora não”, comentou. Ela conta que tem um “mercadinho” na Bolívia e estava indo comprar “alimentos” em São Paulo, mas não detalhou qual é o tipo de mercadoria que estava a procura.

Outra passageira, que não quis se identificar disse que saiu da Bolívia com destino a São Paulo para comprar café que revenderia em sua feira em Corumbá. A Polícia Federal investiga se a vinda dos bolivianos, a partir da fronteira brasileira com a Bolívia, tem relação com a atuação de “coiotes”, como são conhecidas pessoas que atuam na entrada sem documentação correta de estrangeiros.

Conforme apurado, a PF vai emitir notificação para que todos os passageiros deixem o país. Existe a possibilidade de que eles sejam deportados ainda hoje.

Interceptados - Os veículos foram abordados pela PRF na rodovia BR-262 na saída para Corumbá, em Campo Grande. Pela dinâmica da interceptação, a suspeita da polícia é de que o grupo estava em indo a São Paulo a trabalho e não para fazer compras. Outra situação que será apurada envolve a contratação da empresa de transporte que alugou os ônibus ao grupo. Conforme a PRF, será analisado a forma como os veículos foram alugados e, se ficar constatado irregularidade no transporte e, principalmente, que a empresa sabia das intenções do grupo, poderá ser multada pela ANTT.

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