OAB encaminha grupo para acompanhar conflito entre indígenas e produtores
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Mato Grosso do Sul encaminha nesta segunda-feira (31), um grupo de observadores para Antônio João, distante 279 quilômetros de Campo Grande. Os advogados vão acompanhar in loco o conflito entre indígenas e proprietários rurais. Porém, o orgão destaca a indispensável intervenção do Governo Federal para solucionar o conflito.
No último sábado (29), os fazendeiros ligados ao Sindicato Rural de Antônio João se uniram e conseguiram a posse de duas fazendas, das seis ocupadas pelos índios Guarani e Kaiowá desde o dia 22. Durante o confronto, o indígena Kaiowá Guarani Semião Fernandes Vilhalva, 24 anos, foi morto a tiros próximo a um córrego na Fazenda Fronteira. Depois da morte do rapaz, o Governo Federal, por meio do Ministério da Defesa, determinou, o envio de tropas do Exército Brasileiro para fazendas na região.
Disputa - Há 11 anos, os índios começaram com o que chamam de retomada de seu Tekohá, ocupando cerca de 500 hectares do total de quatro fazendas. Desde então, começou a briga na Justiça e o Governo Federal homologou a demarcação da terra indígena Ñande Ru Marangatu, mas a Polícia Federal despejou os índios, segundo determinação da Justiça Federal.
Os Guarani Kaiowá, então, foram para acampamentos às margens da rodovia na MS-384, que liga Antônio João e Bela Vista. Local, onde Dorvalino Rocha foi morto a tiro no dia 24 de dezembro de 2005. Depois de seis meses acampados na região, em dezembro de 2005, o grupo com 500 pessoas foi removido para cerca de 100 hectares, a partir de acordo judicial intermediado pelo MPF (Ministério Público Federal).