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Interior

Polícia Federal faz reconstituição da morte e encontra sangue de índio

Priscilla Peres e Antônio Marques, enviado especial a Antônio João | 30/08/2015 18:10
Policial Federal registra reconstituição do crime, feita pelo irmão da vítima. (Foto: Marcos Ermínio)
Policial Federal registra reconstituição do crime, feita pelo irmão da vítima. (Foto: Marcos Ermínio)
Índios indicam a PF como foi a morte de Semião.  (Foto: Marcos Ermínio)
Índios indicam a PF como foi a morte de Semião. (Foto: Marcos Ermínio)

A Polícia Federal chegou ao local de conflito e fez, nesta tarde,  perícia e reconstituição da morte do indígena Kaiowá Guarani Semião Fernandes Vilhalva, 24, na fazenda Fronteira em Antônio João - distante 279 km de Campo Grande. Pelo local, há muitas marcas de sangue.

O delegado da PF, Bruno Maciel, conta que junto de sua equipe foi até o local hoje para fazer a perícia e a reconstituição do crime. Os índios contaram como foi o momento da morte de Semião, que levou um tiro no rosto quando estava próximo ao córrego Estrelinha, que divide a sede da fazenda e as casas dos funcionários, agora ocupada pelos índios.

Polícia Federal, índios e a imprensa no local do crime. (Foto: Marcos Ermínio)
Polícia Federal, índios e a imprensa no local do crime. (Foto: Marcos Ermínio)

Maciel ainda disse que nesta semana quer mostrar resultados da investigação feita por eles no local. Ontem a Polícia Civil também esteve na fazenda para fazer perícia. Os irmãos de Semião contaram aos policiais sobre como aconteceu o homicídio.

Mariano Vilhalba, disse que eles estavam na casa dos funcionários durante o conflito, quando disseram ao Semião que seu filho havia corrido para longe do imóvel à margem do córrego estrelinha. "Mas quando ele chegou lá, foi atingido por um tiro no rosto, que saiu na nuca. Eu sai correndo na hora, para evitar que ele caísse no rio", conta o irmão, que acredita que o tiro tenha vindo do outro lado do córrego, onde fica a sede da fazenda.

Segundo os índios, assim que viram que Semião foi atingido, pegaram seu corpo e o levaram até onde estavam os policiais, do outro lado do córrego, próxima da casa da sede. Hoje, a cena foi refeita e pelo local há muitas marcas de sangue nas pedras à margem do rio. O que, praticamente, descarta o que o deputado Luis Henrique Mandeta (DEM) disse ontem, que teria visto um corpo já em estado de rigidez cadavérica, com possibilidade de óbto há mais de oito horas.

A perícia fotografou todo o caminho com sangue e as imagens vão integrar o inquérito de investigação desenvolvido pela Polícia Federal. Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Força Nacional e Exército estão no local.

A reportagem apurou que a versão contada pelo deputado pode cair por terra, considerando que ele nem chegou próximo ao corpo e imagens de vídeo realizada pelos próprios índios no momento da morte do Simeão mostra o corpo ainda mole e com muito sangue no rosto. Imagens que serão entregues à Polícia Federal.

Perícia da Polícia Federal chegou nesta tarde a fazenda. (Foto: Marcos Ermínio)
Perícia da Polícia Federal chegou nesta tarde a fazenda. (Foto: Marcos Ermínio)
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