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Interior

Ônibus sofre ataque em aldeia de Miranda e quatro ficam feridos

Aline dos Santos | 04/06/2011 16:05
ônibus foi atacado em aldeia indígena.
ônibus foi atacado em aldeia indígena.

Um ônibus escolar foi atacado na noite de ontem na aldeia Cachoeirinha, em Miranda, e quatro pessoas ficaram feridas. O veículo trazia alunos indígenas que cursam o Ensino Médio na cidade.

De acordo com o terena Lindomar Ferreira, as pessoas relataram que foram jogadas pedras para quebrar os vidros do ônibus. Em seguida, foram lançadas garrafas de vidro em chamas.

Segundo ele, quatro pessoas – dois homens e duas mulheres – sofreram queimaduras graves e foram trazidas para a Santa Casa. Uma das vítimas é o motorista.

“Os mais atingidos estavam na parte da frente do ônibus”, relata.

Conforme o Gazeta do Pantanal, os feridos são Laércio Xavier Correia, Rosana de Oliveira Martins, de 29 anos, Lurdivane Pires, de 28 anos, e um adolescente de 15 anos.

Lindomar relata que a terra é disputada com fazendeiros na justiça e o clima de tensão e ameaça é constante. “Não podemos acusar ninguém. Mas o clima é tenso”, enfatiza.

Conforme denúncia do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), a polícia de Miranda esteve no local e, segundo os indígenas, autorizou a remoção do veículo sem realizar nenhum tipo de perícia.

A Polícia Civil de Miranda informa que foi ao local, junto com a PM (Polícia Militar), e tirou fotos e recolheu objetos. O motivo do crime será investigado. Uma das possibilidades é rixa entre aldeias.

Os índios lutam pela ampliação da aldeia Cachoeirinha. A portaria do Ministério da Justiça reconhecendo a área indígena é de 2007. Desde então, há uma guerra judicial e diversas ocupações em busca da posse das terras.

No ano passado, o procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso por decisão liminar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A Funai (Fundação Nacional do Índio) chegou a depositar R$ 1,3 milhão em juízo, referente ao valor das benfeitorias. Mas os proprietários não aceitaram o acordo e recorreram. Uma das propriedade em disputa é a fazenda Petrópolis, que pertence à família do ex-governador Pedro Pedrossian. (Matéria editada às 17h para acréscimo de informação)

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