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Interior

Peão assassinado em fazenda na fronteira foi atingido por 10 tiros

Polícia paraguaia descarta guerrilha e acredita em ação do crime organizado

Helio de Freitas, de Dourados | 27/10/2022 08:54
Policiais na casa onde peão foi morto a tiros de fuzil, ontem de manhã (Foto: Última Hora)
Policiais na casa onde peão foi morto a tiros de fuzil, ontem de manhã (Foto: Última Hora)

O peão assassinado na manhã de ontem em uma propriedade rural localizada na linha internacional entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul foi atingido por dez tiros de fuzil calibre 5,56.

Alfredo Martínez Tabarez, 39, foi executado no quarto. Em seguida, os pistoleiros atearam fogo no barracão onde estavam um trator, uma moto e implementos agrícolas.

O atentado ocorreu na Estância Dom Medina, nos arredores de Sargento Félix López, povoado conhecido como “Puentesiño”, localizado a 70 km de Bela Vista (MS).

Segundo uma funcionária da propriedade, pelo menos dez homens usando armas longas e vestindo roupas camufladas invadiram a fazenda, mataram o peão, colocaram fogo do barracão e fugiram.

Apesar da suspeita inicial de que poderia se tratar de ação de guerrilheiros, a Polícia Nacional suspeita que o ataque tenha sido promovido por bandidos comuns em mais um capítulo da guerra perpetrada pelo crime organizado na fronteira.

Em entrevista à imprensa paraguaia, o comissário Nimio Cardozo, da Polícia Nacional, acredita que os criminosos tentaram copiar a ACA (Agrupación Campesina Armada) e o EML (Ejército del Mariscal López), dois grupos guerrilheiros presentes naquela região do Paraguai.

Segundo ele, os pistoleiros usavam roupas camufladas, mas calçavam coturnos com cadarço, enquanto os guerrilheiros utilizam apenas botas de borracha. Além disso, o comissário afirma que ACA e EML estão praticamente extintos após a morte de seus principais líderes em confrontos com militares paraguaios.

À Rádio Monumental 1080 AM, Nimio Cardozo disse que os homens que atacaram a fazenda falavam em castelhano, guarani e português. Eles teriam chegado perguntando do administrador, do proprietário e do filho do dono da fazenda, que são brasileiros e raramente visitam a propriedade.

“Talvez não se trate de grupo terrorista e talvez tenha relação com o crime organizado”, afirmou o comissário, que comanda o departamento antissequestro da Polícia Nacional.

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