“Pediram desculpas”, diz filho de idosa vacinada com seringa vazia
Em vídeo, a servidora diz estar aplicando dose da Coronavac na paciente, mas a seringa parece estar vazia
A idosa que aparece em vídeo recebendo aplicação com seringa aparentemente vazia em Três Lagoas já foi vacinada. A informação foi dada pelo próprio filho dela em outra gravação.
“Vacinaram minha mãe”, afirma o homem, que se identifica como Alfredo em transmissão ao vivo, feita pela vereadora Sayuri Baez (Republicanos) na segunda-feira (29).
A gravação polêmica foi feita por Alfredo na semana passada, quando a mãe dele, Dona Maura, foi ser vacinada na Unidade Básica de Saúde da Família Miguel Nunes, na Vila Nova, em Três Lagoas. Nas imagens, a servidora diz estar aplicando dose da Coronavac na paciente, mas a seringa parece estar vazia. Veja:
Alfredo afirma que não teve a intenção de causa pânico ou algo parecido, mas que ao enviar o vídeo para algumas pessoas, antes que fizesse contato com a Secretaria Municipal de Saúde, já havia perdido o controle da situação. “A gente ficou um pouco preocupado em viralizar o vídeo porque a gente não quer criar caos na cidade, descredibilizar o sistema de vacinação”, afirmou.
O filho explica que, depois da repercussão, a família recebeu a visita da equipe do posto de saúde, que levou para Dona Maura a dose a qual ela tinha direito. “Pediram desculpas, disseram que foi uma falha pontual, humana, que estavam sobrecarregados naquele momento. Mas a gente não tem como saber o que realmente estava acontecendo. Nossa recomendação é atenção redobrada na hora de tomar a vacina”. Assista:
Fato é que a servidora que aparece nas imagens será investigada. A 9ª Promotoria de Justiça da cidade solicitou a abertura de inquérito policial para apurar a conduta da funcionária pública municipal, que pode responder por tentativa de homicídio com dolo eventual caso fique evidente que ela não injetou o imunizante na paciente propositalmente.
“Suspeita-se pelo vídeo realizado que houve conduta irregular, qual seja, o servidor municipal, aproveitando-se de sua condição, deixou de aplicar regularmente o imunizante em pessoa da faixa de risco e de atendimento prioritário, assumindo o risco de que ela possa contrair doença iminentemente fatal”, detalhou o promotor Luciano Anechini Lara Leite em nota.
Além da Polícia Civil, promotorias de Justiça com atuação na saúde e na força-tarefa contra a covid em Três Lagoas também foram acionadas para apurar a situação. O MInistério Pùblico anunciou que investigará o caso.