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Interior

Pistoleiro ameaçou criminosos em áudio antes de ser executado

"Vocês não são bandidos, são principiantes", disse Marcio Sánchez Giménez em mensagem encaminhada a rival

Gustavo Bonotto e Helio de Freitas, de Dourados | 19/06/2023 22:45
Marcio Ariel Sánchez Giménez, apelidado de Aguacate, em foto utilizada nas redes sociais. (Foto: Reprodução)
Marcio Ariel Sánchez Giménez, apelidado de Aguacate, em foto utilizada nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

Antes de ser executado com pelo menos 33 tiros, Marcio Ariel Sánchez Giménez, o "Aguacate", 35, realizou ameaças a outros criminosos. É o que aponta um áudio divulgado na noite desta segunda-feira (19), pelo portal paraguaio ABC.

Nas mensagens, gravadas em guarani, Aguacate se vangloriava de ser considerado um dos chefes na fronteira entre Brasil e Paraguai. O criminoso afirmava que ninguém estaria seguro se alguém ousasse ir contra ele. "Posso amanhecer na frente da sua casa, você pode me ver no amanhecer e o que vão fazer? Vocês não são bandidos. São principiantes".

"No dia que Aguacate morrer, façam uma reunião e escolham seu novo líder. Agora mesmo, eu sou o chefe, amigos. Vocês não são nada diante de mim", afirmava Marcio Ariel nas mensagens recuperadas pela imprensa.

O tom da ameaça aumenta no final da mensagem. "Vou destroçá-los com fuzil se incomodarem porque ninguém vai salvá-los, nem mesmo se ajoelharem aos pés de Deus, amigos".

Histórico - Aguacate (abacate, em castelhano) foi sequestrado e morto na noite de quinta-feira (15), exatamente sete anos após a execução de seu patrão, o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani. O corpo dele foi jogado na área central de Pedro Juan Caballero, a menos de 200 metros do Palácio da Justiça do Paraguai. Na avaliação de policiais da fronteira, o local da “desova” foi um recado da máfia.

Natural de Capitán Bado – cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS) – Marcio entrou para o crime ainda na adolescência. Antes dos 18 anos, já atuava como matador profissional. Em 2010, aos 22 anos, foi preso após troca de tiros com a polícia.

Após passar um tempo na cadeia, Aguacate se instalou em Pedro Juan Caballero, onde passou a integrar o grupo de guarda-costas de Jorge Rafaat. Na noite de 15 de junho de 2016, quando o chefão do tráfico foi morto a tiros de metralhadora calibre 50, no ataque mais cinematográfico da história da fronteira, Marcio era o chefe dos seguranças.

Segundo a imprensa paraguaia, Marcio Sánchez foi apontado como autor de pelo menos 50 assassinatos nos últimos cinco anos na linha internacional. Foram dez mortes em duas chacinas, uma em 2019 (seis vítimas) e outra em outubro de 2021, quando quatro pessoas foram assassinadas a tiros de fuzil. Uma delas era a filha do então governador de Amambay e atual prefeito de Pedro Juan Caballero, Ronald Acevedo.

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