“Polícia do Paraguai”, gritaram pistoleiros que mataram 4 em festa
Usando roupas camufladas, criminosos separaram os cinco alvos e abriram fogo; quatro morreram
Os três homens vestidos com roupas camufladas e armados com fuzis e pistolas que invadiram festa de aniversário na noite de ontem (5), em Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande), se passaram por policiais paraguaios. “Polícia do Paraguai”, afirmaram os pistoleiros, segundo testemunhas oculares da chacina que deixou quatro mortos e um ferido.
A matança ocorreu no espaço de eventos “Lazer Fênix”, localizado na Avenida Belmiro de Albuquerque, quase esquina com a Rua Pedro Ângelo da Rosa, no Bairro Residencial Ponta Porã II. O local fica a 1.500 metros de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã.
No local, acontecia uma festa de aniversário. Entre os convidados, estavam adultos e crianças. Por volta de 21h35, uma caminhonete Amarok branca parou no portão e os três pistoleiros desceram com armas nas mãos. Bandidos que davam apoio aos matadores permaneceram do lado de fora em outros veículos.
Segundo relatos de testemunhas aos primeiros policiais militares que chegaram ao local da matança, os pistoleiros não atiraram a esmo. Vestidos com roupas semelhantes à farda das Forças Armadas do Paraguai e falando em espanhol, eles sabiam exatamente quem seriam os alvos.
Após identificarem os cinco alvos, os matadores mandaram as outras pessoas se afastarem e abriram fogo. Primeiro, atiraram com fuzis. Depois, se aproximaram e, com pistolas, dispararam na cabeça das vítimas, o chamado “tiro de misericórdia”.
Morreram no local Geovani Souza da Silva, 29, Josimar Cáceres de Oliveira, 31, Luis Vareiro Amarilha, 27, o “Chorão”, e Venâncio Cabreira, 39. Salim Habib Ramos Almeida Lopes, 28, ficou ferido e está hospitalizado em estado grave no Hospital Regional de Ponta Porã.
A namorada de Luis Vareiro Amarilha disse que ele era amigo do aniversariante e, inclusive, estava com seu veículo (um importado Nissan) estacionado no interior do salão. Após as execuções, os pistoleiros vasculharam o carro de Luis e depois deixaram o local.
O churrasqueiro da festa, contratado pelo aniversariante para preparar a carne que seria servida aos convidados, também foi ouvido pelos policiais e confirmou a história contada pela namorada de Luis Vareiro. A reportagem apurou que o churrasqueiro começava a servir o tira-gosto quando os pistoleiros invadiram a festa.