Polícia interrompe viagem de 426 km para entrega de remédio usado como abortivo
Encomenda de Cytotec saiu de Corumbá e seria levada por carro de aplicativo para Campo Grande
Equipe do SIG (Serviços de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Corumbá, município distante a 426 quilômetros Campo Grande, interrompeu a viagem de um motorista de aplicativo, que havia sido contratado para contrabandear Cytotec, remédio usado como abortivo, da cidade da fronteira com a Bolívia até a Capital.
Ao ser abordado, o homem alegou não saber o conteúdo da caixa, conforme explicou o delegado responsável pelo caso, Jhonny Garcia Trindade, ao Campo Grande News. "Em tese, ele não sabia, o remédio estava em uma caixa junto a alguns copos".
À polícia, o homem informou o local em que pegou o medicamento e o destino ao qual seria entregue. Com isso, a polícia localizou os fornecedores e a compradora. Ele e o vendedor foram encaminhados à delegacia para prestarem esclarecimentos e depois liberados, mas a circunstância foi caracterizada como ação criminosa e será investigada.
"As investigações ainda buscam apurar os fatos e os verdadeiros responsáveis. Já tem pelo menos duas pessoas suspeitas. Uma delas, a destinatária de Campo Grande", completou Jhonny.
Proibição- O Cytotec, nome comercial do Misoprostol, foi criado para combater às úlceras. No entanto, passou a ser vendido sem receita nas farmácias e acabou se tornando principal método abortivo, o que transformou o acesso ao remédio no Brasil como clandestino.
Sendo assim, ficou proibida a venda pelo Ministério da Saúde na ausência de receita médica. Entre os efeitos colaterais do Cytotec está a dor abdominal ou estomacal, diarreia, tremor, tontura, dor de cabeça, constipação e flatulência.