Polícia investiga se criança de 11 anos queimada em incêndio foi estuprada
Suspeita de abuso foi indicada por médico da Santa Casa e vítima passará por exame de corpo de delito
A Polícia Civil está investigando se a criança de 11 anos que teve 70% do corpo queimado em incêndio criminoso na própria casa, em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande, foi estuprada. A suspeita do abuso foi levantada por médico da Santa Casa onde ela e a irmã de 5 anos estão internadas. Além disso, a mais velha estava com traumatismo craniano grave, inclusive, com otorragia (sangramento pelo ouvido).
Conforme o boletim de ocorrência, na sexta-feira (8) por volta das 13h50 o médico da unidade hospitalar procurou a Polícia Civil e informou sobre o possível estupro. Não há detalhes do que levantou a suspeita, mas de acordo com o documento, foi colhido material genético da menina que passará por confronto. O Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame de corpo de delito.
Além da suspeita do abuso, as meninas também teriam sido espancadas. A mais velha, teria sofrido traumatismo craniano grave, inclusive, com otorragia (sangramento pelo ouvido). Já a caçula, de 5 anos deu entrada no hospital com inchaços e escoriações no rosto e ferimentos no couro cabeludo. Parte do cabelo foi arrancada.
O suspeito de 24 anos, foi preso na manhã de ontem após fugir de uma equipe policial. Ele estava em um a motocicleta por volta das 9h40 na cidade de Nioaque e quando chegou no cruzamento das ruas Benjamin Constant com a Coronel Juvêncio, acabou caindo e foi algemado pelos militares.
Ele afirmou que fugiu por estar com o licenciamento da moto atrasado e foi levado para a Delegacia de Polícia Civil, em seguida foi liberado. No entanto, horas depois, os militares receberam a informação de que ele era suspeito de ter incendiado a casa onde estavam as meninas e foram até uma oficina mecânica onde ele foi preso.
Ainda ontem ele foi levado para a Delegacia de Sidrolândia. Em depoimento ele afirmou que tinha um relacionamento com a mãe das meninas e que no dia do crime estava em uma oficina ingerindo bebidas alcoólicas. Em seguida foi até o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) sozinho.
Depois passou pela rua casa das vítimas e como as luzes estavam apagadas, alega que foi até uma conveniência comprar cigarros e depois voltou para a oficina onde continuou bebendo. A princípio ele está preso pelo incêndio.
Neste sábado (9), a mãe das meninas falou com a imprensa. Durante a entrevista no hospital onde as vítimas estão internadas, ela relatou que namorou com o suspeito por três meses e que ele não aceita o término do relacionamento.
Noite do crime - O caso aconteceu na madrugada de sexta-feira, na Rua General Pinho, no Bairro São Bento, em Sidrolândia. Segundo a mãe das meninas, ela partiu para o trabalho na quinta-feira (7), por volta das 23h, horário que começa o expediente em unidade de indústria de alimentos, e deixou as crianças em casa assistindo televisão.
A mãe também relatou à imprensa que a casa está equipada com câmeras de segurança, operando via Wi-Fi. Durante o expediente, ela monitorava as crianças por meio dessas câmeras e até às 00h20, não observou nada anormal. Somente às 1h10, ela recebeu a notícia por meio de vizinhos.
Ao entrar na casa, o vizinho encontrou a menina de 5 anos na cama, com o corpo em chamas, e a mais velha no sofá, também em chamas, ambas com graves ferimentos na cabeça. Durante esse período, a energia da casa foi desligada, e as câmeras não registraram quem ateou fogo.
Testemunhas relataram ter visto um homem saindo de um terreno ao lado da casa, subindo em uma moto estacionada em frente à residência. Outros vizinhos questionaram o homem, que alegou estar urinando e, em seguida, partiu sem prestar socorro.
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