Prefeitura contratou mais de R$ 6,5 milhões em serviços de empresa alvo da PF

A Prefeitura de Corumbá contratou mais de R$ 6,5 milhões em serviços da Solux Impressão Digital, investigada pela Polícia Federal em esquema de fraude e desvio de recursos públicos da Prefeitura de Corumbá.

Segundo dados do Portal da Transparência do Município, licitação de 2017 com assinatura de contrato em 2018, feita pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, contratou obras, serviços de engenharia e aquisição de materiais da Solux Impressão Digital.

Consta como objetivo do contrato a “contratação da empresa para execução de obras/serviços para manutenção e recuperação de galeria, restauração de calçadas e recuperação de pavimentação no município de Corumbá”.

O valor do acordo inicial foi de R$ 2.614.284,50 com vigência de 4 de dezembro de 2017 a 4 de março de 2019, no entanto, em janeiro desde ano, o contrato foi aditado em R$ 2.923.147,46.

Em 2018 foram duas licitações. A primeira, no valor de R$ 340.690,48, previa “prestação de serviços públicos de limpeza e manejo de resíduos sólidos em escolas municipais da área urbana e rural”, de 18 de dezembro de 2018 até 18 de dezembro de 2019.

A segunda empregou”manutenção e conservação da arborização urbana, mediante podas, cortes, retiradas de tocos e plantios de árvores em via pública, incluindo a trituração e remoção dos resíduos, envolvendo o fornecimento de veículo, infraestrutura, equipamentos, mão-de-obra e ferramentas necessárias à manutenção e conservação da vegetação pertencente às áreas públicas no município”.

A ordem foi orçada em R$ 1.162.832,20 com validade de um ano, entre 22 de fevereiro de 2018 a mesma data do ano seguinte.

Buscas - A sede da Solux Locações e Serviços, na Vila Bandeirante, em Campo Grande, foi alvo da Polícia Federal pela manhã. Segundo vizinhos, viatura chegou às 6h20 e os policiais procuraram por duas testemunhas para acompanhar o cumprimento do mandado de busca. O local não chegou a ser fechado, com acesso normal para os funcionários.

No fim da manhã, a empresa estava fechada no horário de almoço. A reportagem também fez contato por telefone e a pessoa que atendeu negou que o local tivesse sido alvo da PF.

Operação Offset - Segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz alusão à conhecida técnica de impressão, a principal área de atividade econômica registrada no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da investigada.

“Destaca-se que a empresa possui registrados ainda outros ramos de atuação completamente diversos da atividade principal, numa clara tentativa de facilitar a participação em diferentes processos licitatórios, mesmo sem deter outras capacidades necessárias”, informa nota divulgada à imprensa.