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Interior

Presidente do Paraguai não aceita renúncia de ministra da Justiça

Ministra da Justiça já havia alertado sobre plano de fuga e 75 presos do PCC saíam do Presídio de Pedro Juan Caballero

Izabela Sanchez | 19/01/2020 13:13
No centro, Ministra da Justiça do Paraguai Cecília Pérez em coletiva de imprensa neste domingo (19) (Foto: Divulgação)
No centro, Ministra da Justiça do Paraguai Cecília Pérez em coletiva de imprensa neste domingo (19) (Foto: Divulgação)

A fuga em massa de 75 presos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) do Presídio de Pedro Juan Caballero, na linha de fronteira ao lado de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, levou à renúncia da Ministra da Justiça Cecilia Pérez, neste domingo (19), mas segundo o jornal paraguaio ABC Color, o presidente Mario Abdo Benítez não aceitou a demissão.

Os presos fugiram na madrugada deste domingo deixando para trás duas celas no pavilhão B, ala do PCC no presídio e as autoridades já falam em forte esquema de corrupção de agentes penitenciários e diretores para a fuga. Ainda assim, um túnel foi cavado na ala pelos presos, que empilharam sacos de areia nas celas.

O ministro do interior no Paraguai, Euclides Acevedo, chegou a declara que “a maioria fugiu pelo portão principal” e que o túnel serviu apenas para legitimar a fuga. Conforme apurou o Campo Grande News, aproximadamente 30 agentes penitenciários foram presos como medida preventiva das investigações.

Segundo o UOL, o governo paraguaio anunciou o afastamento de Joaquín González, diretor-geral de estabelecimentos penitenciários; Matías Vargas, chefe da Segurança e Cristian González, diretor do presídio.

Pelo twitter, a senadora paraguaia Lilian Samaniego lamentou a renúncia da ministra, que chamou de “grande perda para o governo nacional”. “Ela representava a coragem e a valentia da mulher paraguaia”, disse.

De elite a pistoleiros – Lista oficial a qual teve acesso o Campo Grande News mostra que fugiram do presídio “da elite do PCC a pistoleiros de narcotraficante”. Dos 75 presos que fugiram, 40 são brasileiros, alguns envolvidos em episódios polêmicos com a justiça paraguaia.

Claudinei Predebon e Cícero Fernando de Lima Almeida se tornaram alvo de ações contra o PCC em 2017, quando foram flagrados com cocaína, armas e munições em uma casa de luxo em Pedro Juan Caballero.

Na época foram apreendidos 16 telefones celulares, uma caminhonete Mitsubishi Triton, duas pistolas calibre 9 milímetros marca Glock, de fabricação austríaca, cinco carregadores com capacidade para 17 disparos cada um, um carregador maior, com 30 cartuchos, 67 projéteis 9 mm, 20 cartuchos de fuzil calibre 5.56, 18 cartuchos calibre 357 e quatro caixas vazias de pistolas Glock.

Apontado como um dos principais chefes do PCC na fronteira, Timóteo David Ferreira está na lista de fuga e também protagonizou polêmica entre Justiça e polícia paraguaia. Depois de ser preso com fuzis e mais de mil munições, a juíza Librada Peralta liberou a internação do líder da facção em uma clinica médica mesmo com denúncias de um plano de fuga.

Além disso, dos 12 pistoleiros ligados ao narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, 8 escaparam durante a madrugada, todos presos há 1 ano. 

Fugiram do presídio nesta madrugada os pistoleiros brasileiros Ailton Botelho dos Santos, 34, Rodrigo Rocha de Araújo, 22, Renan Canteiro, 29, Wilson Carlos Torres Quadros, 37, Rafael de Souza, 24, Felipe Diogo Fernandes Dias, 24, Julio Cesar Gomes, 28 e Luciano De Souza Martinez, 25.

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