Presos pela PF tentavam formatação remota de celulares para apagar provas
Adilson Dominguez e segundo suspeito tentaram acessar celulares apreendidos na 1ª fase, no dia 31
Adilson Stein Dominguez, 31, e segundo suspeito, presos hoje (10) pela Polícia Federal em Ponta Porã, no âmbito da segunda fase da Operação Iporã, tentaram acessar celulares pela internet para apagar dados. Os telefones tinham sido apreendidos na primeira fase da operação, no dia 31 de julho deste ano.
Remotamente, eles queriam formatar os aparelhos para destruir provas contra a organização criminosa. Entretanto, a manobra foi identificada pela PF, que pediu à Justiça Federal a prisão preventiva dos dois por fraude processual.
Adilson Dominguez é empresário em Ponta Porã e segundo suspeito é irmão do chefe da organização, o narcotraficante paulista Lucas Barbosa de Almeida, 38, o “Bonitinho”. Depois de 15 anos escondido em Ponta Porã com identidade falsa, Lucas foi preso dia 31 de julho. “Iporã” significa “bonito”, em guarani. Foi em alusão ao apelido do bandido.
O Campo Grande News apurou que Adilson e segundo suspeito já tinham sido alvos de mandados na primeira fase da operação. Durante buscas em endereços dos investigados, o empresário e a mulher, Luana Brites Alves, 26, foram flagrados com armamento pesado e autuados por tráfico internacional de armas. Entretanto, os dois ganharam direito à prisão domiciliar por terem filho pequeno que necessita de tratamento médico.
O outro suspeito também já estava na mira da Polícia Federal por envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro do tráfico comandado pelo irmão. Na primeira fase da operação, ele e outros cinco envolvidos passaram a ser monitorados por tornozeleira eletrônica. Hoje cedo, quando foi preso, ostentava o equipamento na perna.
Adilson Dominguez também estava com tornozeleira eletrônica. O equipamento havia sido instalado nele e na esposa no dia 3 deste mês, como uma das medidas cautelares para garantir a prisão domiciliar. Agora, apenas Luana segue em prisão domiciliar.
Segundo a PF, a organização criminosa comandada por “Bonitinho” é sediada em Ponta Porã, cidade a 313 km de Campo Grande e separada por uma rua de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Tem como “especialidade” o tráfico de drogas e lavagem de capitais.
Na primeira fase da operação, no dia 31 de julho, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, sendo 11 em Ponta Porã e um em condomínio de luxo em Pinhalzinho (SP). Além da prisão preventiva de “Bonitinho”, foram cumpridas ordens judiciais de apreensão e bloqueio de 16 veículos e 6 imóveis, além de valores disponíveis em contas bancárias de 11 pessoas físicas e jurídicas.
Também foi determinada a suspensão de atividade empresarial de quatro pessoas jurídicas usadas para branqueamento de capitais. Uma delas é a loja de Adilson e Luana, a “Lanaira Moda Fitness”, localizada na Avenida Brasil, centro de Ponta Porã.
Apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), “Bonitinho” estava condenado a dez anos de reclusão por tráfico no Estado de São Paulo e há 15 anos morava em Ponta Porã, usando identidade falsa. O trabalho para chegar ao bandido é coordenado pelo Gise (Grupo de Investigações Sensíveis), da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul.