Produtores esperam reunião, mas paralisam colheita de mandioca
Produtores de mandioca da região sul do Estado mantêm a paralisação na colheita nessa manhã. Ontem (30), eles iniciaram a manifestação pela definição de um preço mínimo nas negociações do produto e convidaram oito indústrias a participar de reunião, na próxima quinta-feira (2).
Hoje (31), novamente, a concentração dos maios de cem agricultores com caminhões e tratores ocorre em Ivinhema, a 282 quilômetros de Campo Grande, trevo da BR-376 e MS-141, que tem saídas para Dourados, Nova Andradina e Naviraí. Outro grupo se reunirá em Deodápolis, a 252 quilômetros da Capital. O movimento é paralelo ao de produtores do Estado do Paraná, onde a paralisação na colheita já tem uma semana.
Eles reivindicam a definição de um preço mínimo de R$ 0,55 centavos pelo grama da mandioca nas negociações com as fecularias, que pagam, aproximadamente, R$ 0,28 centavos pelo grama. Com o valor da comercialização não dá nem para pagar os custos de produção, segundo os agricultores.
De acordo com o produtor Roberval Spoladori, até ontem boa parte dos agricultores aderiu a paralisação e hoje o movimento deve crescer. “Alguns que estavam com mandioca estocada fizeram o escoamento, mas hoje já vamos ter a adesão de todos na região”, contou.
Os produtores formalizaram o convite junto as fecularias e esperam um acordo para encerrar a paralisação após a reunião, que será na Secretária da Agricultura de Ivinhema. “Acredito que as fecularias estão com vontade de resolver isso logo para poder produzir, porque se não conseguirmos um preço bom, na sexta-feira ninguém vai fornece mais nada no Estado”, disse Roberval, ao lembrar que o movimento tem apoio da prefeitura do município.
Farinha - Depois de passar pelas fecularias, a mandioca é processada e a fécula comercializada em diversas regiões do país, sendo uma pequena parte para exportação, conforme Roberval. Além de definir o preço mínimo para a venda da mandioca, os agricultores esperam chamar a atenção do Governo do Estado para potencializar a produção de farinha.
“Com o preço tão baixo, não compensa fazer farinha, vamos ver se conseguimos também apoio do governo para fazer rodar as farinheiras”, comentou Roberval. Ele acredita que o governo poderia incluir o produto nas merendas, nas cestas básicas e diminuir impostos do setor em Mato Grosso do Sul.
O agricultor Maisson explica como poderiam ocorrer incentivos tanto do governo Estadual como Federal. “A partir da AGS (Aquisição do Governo Federal), eles poderiam comprar a nossa farinha pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e assim regularizar o preço no mercado. Além disso, poderiam fazer a adição de fécula na farinha de trigo. Já o Governo do Estado, poderia comprar a mandioca ou farinha também para as escolas”, explica.