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Interior

Produtores querem 3% de farinha de mandioca no pão e derivados

Agricultores pedem também a isenção do ICMS sobre a comercialização do produto

Caroline Maldonado | 13/04/2015 12:30
Há duas semanas, produtores se recusam comercializar o grama da mandioca a R$ 0,28 (Foto: Divulgação)
Há duas semanas, produtores se recusam comercializar o grama da mandioca a R$ 0,28 (Foto: Divulgação)

Para salvar os produtores de mandioca do endividamento, o setor pede que o Governo do Estado crie uma lei determinando a inserção de 3% da farinha em pães e derivados. A medida foi proposta por agricultores, que paralisaram a colheita há duas semanas, fazendo protesto em Ivinhema e Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande. Eles sofrem com a queda no preço da mandioca, cuja tonelada passou de R$ 500, em 2013 para R$ 150, atualmente.

Eles querem a elevação do preço pago pelas fecularias, de R$ 0,28 para R$ 0,55 pelo grama da mandioca. Com as manifestações, eles conseguiram negociar o grama a R$ 0,35 com três empresas e garantem que não vão comercializar o produto com quem quer pagar menos. Esse é o mesmo acordo feito entre fornecedores e indústrias do Estado do Paraná, onde também houve mobilização.

Segundo o prefeito de Ivinhema, Eder Wilson França (PMDB), os produtores querem a lei para inserir a farinha nos alimentos para resgatar o setor farinheiro, que está desativado na região sul do Estado. Outra reivindicação do setor é ampliação de recursos da AGF (Aquisição do Governo Federal) para compra do produto por meio de leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural).

“Precisamos de cerca de R$ 20 milhões para MS para que o governo compre a mandioca e ajude os produtores, que estão endividados, sem conseguir pagar os funcionários”, comentou o prefeito, ao lembrar que a produção de mandioca é o terceiro maior setor no município, perdendo apenas para a cana-de-açúcar e pecuária.

Outra solicitação dos agricultores é a isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), por seis messes, para que as fecularias possam pagar mais pela mandioca. O prefeito acredita que o Estado faria um investimento com retorno a médio prazo caso adotasse a medida. “Como administrador me coloco no lugar do governador Reinaldo Azambuja, mas sei que sem isenção não será gerada nenhuma renda. O governo não perderá com isso, porque logo terá um retorno”, comentou o prefeito.

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