Agricultores continuam parados a espera de reunião sobre preço da mandioca
Produtores de mandioca da região de Ivinhema e Nova Andradina, a 300 quilômetros de Campo Grande, continuam com paralisação da colheita na manhã de hoje (2), a espera de reunião com representantes das fecularias, prevista para as 10h, na Secretaria e Agricultura de Ivinhema.
Com tratores, eles se concentram no trevo da BR-376 e MS-141, que tem saídas para Dourados, Nova Andradina e Naviraí. O movimento é paralelo ao de agricultores do Paraná, que também querem a elevação do preço pago pelas fecularias, de R$ 0,28 para R$ 0,55 pelo grama da mandioca.
Depois de passar pelas fecularias, a mandioca é processada e a fécula comercializada em diversas regiões do país, sendo uma pequena parte para exportação, conforme os agricultores.
Segundo o secretário de Agricultura do município, José Corte, ontem (1°) a Abam (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca) informou que as indústrias do Paraná fizeram proposta de pagar R$ 0,35 pelo grama.
Caso a proposta seja semelhante nas negociações daqui do Estado não vai agradar os agricultores, na opinião do secretário. “Vamos escutá-los para saber o que tem a propor e, dependendo do que os produtores acharem, a paralisação pode parar, mas acredito que vai continuar se a proposta for menos de R$ 50, porque sem isso não dá nem para pagar os custos de produção”, comentou João.
O secretário acredita que o aumento do preço da raiz não vai ser prejudicial as indústrias. “As fecularias têm ganhos, queremos apenas que repassem um pouco ao produtor, que está ficando cada vez mais endividado”, disse.
Os produtores pedem ainda apoio dos governos do Estado e Federal para potencializar o setor. Eles querem aumento da verba da AGF (Aquisição do Governo Federal) para a mandiocultura e acreditam que o Governo do Estado poderia incluir o produto nas merendas e cestas básicas, além de diminuir impostos.