Produtores também montam acampamento em disputa de terra com indígenas
Há acusações de ameaças de lado a lado; Força Nacional, PM e Funai estão no local
Até o momento, quatro propriedades rurais são alvo de ocupação por parte de indígenas em terras que ficam ao lado da comunidade Panambi/Lagoa Rica, em Douradina, a 192 quilômetros de Campo Grande.
Conforme as forças policiais da cidade, o clima é tenso entre produtores e indígenas. Inclusive, os dois lados montaram acampamento a poucos metros um do outro. Até tendas foram instaladas pelos proprietários de terra, que exigem a desocupação.
Segundo o delegado da Polícia Civil de Douradina, Vinícius de Souza Lima, foram registrados, até o momento, três boletins de ocorrência, sendo um coletivo, por “esbulho possessório”, que é o ato de invadir terreno ou propriedade alheia”.
“Vale ressaltar que a Polícia Civil não tem lado. Nós estamos somente registrando as ocorrências e partir dela tentando identificar os envolvidos. Em seguida vamos repassar tudo ao Ministério Público Estadual que vai analisar de quem é a competência e assim remeter à Justiça Federal ou não”.
A segurança dos povos indígenas é uma responsabilidade da União, tanto é que no local há duas viaturas da Força Nacional, assim como a presença de policiais militares. Membros do MPF (Ministério Público Federal) e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) também estão na região.
O advogado do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Anderson Santos, alega que há uma tentativa de retomada desde o fim de semana passado por parte dos indígenas, o que desencadeou a tensão. Anderson alega que um rapaz foi baleado na perna, conforme mostra foto enviada por ele. "Quando há tentativa de retomada, o produtor que se sentir lesado precisa procurar a Justiça e tentar a reintegração de posse, o que não está havendo ali".
Denúncia de incêndios criminosos – Segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), diz que os indígenas guarani/kaiowá chamaram o Corpo de Bombeiros para debelar focos de incêndio que teriam sido provocados pelos proprietário.
A Terra Indígena Lagoa Rica Panambi teve reconhecida publicado em 2011. De lá para cá o procedimento foi paralisado. Ocorre que os guarani/kaiowá vivem à espera da demarcação amontoados na Reserva Lagoa Rica, cujos 3 mil hectares estão dentro dos 12.500 do RCDI. As retomadas, na justicativa dos indígenas, para aliviar o confinamento, ocupar as terras tradicionais delimitadas e pressionar as autoridades públicas.
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