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Interior

Ruralistas protestam contra prisão de fazendeiros acusados de ataque

Nyelder Rodrigues | 03/10/2017 22:47
Evento reuniu vários produtos, que se manifestaram contra as prisões (Foto: Marcos Santos)
Evento reuniu vários produtos, que se manifestaram contra as prisões (Foto: Marcos Santos)

Lideranças ruralistas de oito municípios da região de Dourados - cidade localizada a 233 km de Campo Grande - protestaram nesta noite de terça-feira (3) contra o retorno à prisão dos cinco fazendeiros acusados pelo ataque cometido contra índios na junho de 2016, em Caarapó, município vizinho a Dourados.

O caso aconteceu na fazenda Yvu, resultados em feridos e um morto. Foram detidos os produtores Nelson Buanain Filho, Jesus Camacho, Virgílio Mettifogo, Dionei Guedin e Eduardo Yoshio Tomanaga.

Os ruralistas se reuniram no Sindicato Rural de Dourados nesta noite para repudiar as prisões, reprovar as ações tomadas pelo MPF (Ministério Público Federal) e cobrar imparcialidade da Justiça Federal no tratamento ao caso.

No sábado (30), três dos cinco presos tiveram o pedido de liberdade negado. O quinteto foi preso novamente após haver revogação de liminar pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que os mantinham soltos. Eles se apresentaram espontaneamente.

Segundo a organização do encontro, mais de 350 produtores participaram do ato. "Vivemos um momento delicado, de insegurança jurídica, de violação de direitos, de abuso de autoridade por parte daqueles que deveriam justamente defender o bom emprego da lei", diz o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio Damália, em tom de desabafo.

Ele explica que repudiar à prisão dos produtores não significa defeder a impunidade, mas sim que haja o devido processo legal no tratamento do caso. "Não defendo a violação dos direitos de ninguém, da mesma forma que não posso aceitar que nossos direitos de produtores rurais sejam violados em nome de uma causa que não é nossa".

Damália ainda frisou aos produtores para "resistir a toda esta batalha que estão enfrentando e tenham fé que ao final a verdade prevalecerá", completando ser contra as prisões dos cinco acusados pois eles estariam ferindo o princípio de presunção de inocência e o devido processo legal.

Já o presidente do Sindicato Rural de Antônio João, Rosely Ruiz, de 60 anos, destaca que um terço de sua vida convive com áreas ocupadas por índios em sua fazenda. "Quero ressaltar que precisamos unir forças para fazer valer o direito que nos é violado por um MPF que nunca investiga as denúncias contras as ONGs que levamos até eles", disparou.

Outro presente no evento, o presidente do Sindicato Rural de Amambai, Ronan Nunes, defendeu que os produtores iniciem uma ampla campanha em parceria com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).

Segundo o líder ruralista, a as violações que eles creem estar sofrendo devem ser mostradas à sociedade. "Estamos falando para nós mesmos aquilo que já sabemos que passamos, mas precisamos revelar para a sociedade todo tipo de abuso que sofremos por parte das autoridades públicas", finaliza.

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