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Interior

Sede do maior projeto privado em MS, Ribas chega aos 79 encarando desafios

Suzano começou a implantar fábrica de celulose em 2021; obras envolvem 10 mil pessoas

Maristela Brunetto | 19/03/2023 09:20
Com uma área de 17 km e a chegada de uma grande empresa, Ribas apresenta urgências em infraestrutura.. (Foto: Andrei Luiz/ All Drones)
Com uma área de 17 km e a chegada de uma grande empresa, Ribas apresenta urgências em infraestrutura.. (Foto: Andrei Luiz/ All Drones)

Inicialmente um povoado formado por mineiros da região de Uberaba, assim como Campo Grande, Ribas do Rio Pardo comemora neste domingo 79 anos de emancipação política. A cidade, a 100 quilômetros da Capital, recebe o maior investimento privado de Mato Grosso do Sul, a construção de uma fábrica de celulose da Suzano, com custo estimado de 19,3 bilhões, e vivencia fortes impactos com a chegada da gigante.

Em 2021, quando começou a obra, o IBGE apontou população de cerca de 25 mil habitantes, embora a prefeitura acredite que se aproxime de 30 mil pessoas. Ribas viu a rotina pacata alterada com o início das obras da fábrica. Houve um boom de empregos, uma intensa migração de pessoas, disparada de procura por imóveis, com elevação de aluguéis, e necessidade urgente de logística, como saúde e moradia. Com o aumento do valor dos preços para locação, muita gente teve que sair das casas e ir para moradias precárias.

A cidade lançou edital para receber no dia 20, segunda-feira, propostas para projetos de uma série de obras, como pavimentação, drenagem, sinalização e calçamento. Em fevereiro, o prefeito João Alfredo Danieze (PSOL) informou à reportagem que recebeu estimativa de que seriam necessários R$ 150 milhões para as ações necessárias para Ribas ganhar a infraestrutura adequada. Com os projetos em mãos, ele disse que pretendia buscar apoio do Estado e da União.

O Governo Estadual já oferece suporte, foi a primeira cidade que o governador Eduardo Riedel (PSDB) visitou após a posse. Recuperação de estradas vicinais é um dos serviços enviados. Com um perímetro tão grande - a cidade tem uma área de 17,3 quilômetros, mais que o dobro que a de Campo Grande - manter estradas em boas condições é um desafio, principalmente porque a atividade rural é intensa, com a pecuária e florestas.

A prefeitura precisou ampliar quadro de médicos, os atendimentos hospitalares e da rede de ensino. Houve aumento de demandas, mas também de receitas. Em 2020, as receitas correntes somaram R$ 124,1 milhões, com o ISS contribuindo com R$ 6,5 milhões; em 2022, a receita quase dobrou, chegando a R$ 239,6 milhões e o ISS somando R$ 36,7 milhões. Só neste ano, o tributo sobre serviços chegou a R$ 9,4 milhões.

Empresa de celulose deve iniciar operação no segundo semestre de 2024; empreendimento vai ajudar em infraestrutura. (Foto: Andrei Luiz/ All Drones)
Empresa de celulose deve iniciar operação no segundo semestre de 2024; empreendimento vai ajudar em infraestrutura. (Foto: Andrei Luiz/ All Drones)

A Suzano estimou reunir 10 mil pessoas trabalhando na cidade no auge da construção. A empresa informou que vai destinar R$ 48 milhões para ajudar na logística e em projetos sociais na cidade.

Entre os investimentos apontados constam apoio para a construção de moradias (a empresa fará um conjunto para os próprios funcionários); para a produção de alimentos por assentados; incentivo à educação e qualificação profissional; ampliação do hospital da cidade, que terá 10 leitos de UTI (a empresa vai equipar seis) e mais leitos simples e um novo trevo. A Suzano informou que firmou três termos de compromisso, um deles relacionado à prefeitura e envolvendo R$ 27,2 milhões; um com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), representando R$ 4,7 milhões, para infraestrutura, viatura e serviços de comunicação; e outro, com a Segurança Pública, de R$ 16 milhões, para estrutura nas Polícias Civil e Militar, com reformas, equipamentos e veículos.

Tanta transformação deve se estabilizar no segundo semestre de 2024, quando a fábrica começa a operar e produzir celulose, com 3 mil empregados. A Suzano informou que pretende que grande parte dos trabalhadores das florestas e da indústria seja de moradores de Ribas e região.

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