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Interior

Investir em habitação é emergencial, diz prefeito de Ribas

Com a urgência de demandas, prefeitura busca apoio do Estado e União

Maristela Brunetto | 22/02/2023 15:29
Com área rural extensa, prefeitura precisa de parceria para recuperar estradas. (Foto: Assessoria Prefeitura)
Com área rural extensa, prefeitura precisa de parceria para recuperar estradas. (Foto: Assessoria Prefeitura)

A cidade de Ribas do Rio Pardo passou a enfrentar uma série de urgências com a chegada da gigante de celulose Suzano, que começou em 2021 a construir o que será o maior projeto mundial de produção de celulose em uma mesma linha. Enquanto a construção ganha forma, com previsão de início de atividade no ano que vem, com investimentos aproximados de R$ 19 bilhões, o perfil da cidade muda.

Ribas concentra um dos maiores investimentos privados do País com a fábrica, situação que elevou a cidade da 21ª para a nona de Mato Grosso do Sul em número de novas empresas. Os dados superlativos também trazem juntos problemas para o desenvolvimento urbano. O mais urgente, descreve o prefeito João Alfredo Danieze (PSOL), é o habitacional.

Segundo ele, houve uma explosão nos valores dos alugueis. Danieze conta que há casos de elevação de R$ 600 para R$ 2 mil a R$ 3 mil no valor de uma moradia. Como consequência, muitas pessoas não tiveram mais condições de pagar o aluguel e proliferou o número de ocupações e moradias irregulares. Conforme ele, há cerca de 400 famílias vivenciando esse problema.

Para mudar o cenário, ele diz esperar o apoio do governo estadual e contar com projetos do Minha Casa Minha Vida, que foi retomado pelo governo federal.

Há menos de dez dias, o governador Eduardo Riedel (PSDB) esteve na cidade e assinou contrato com 180 famílias do programa Lote Urbanizado, para entregar as casas na fundação e contrapiso. Além disso, o governo dará assistência técnica e infraestrutura e os moradores poderão erguer as moradias em regime de mutirão. Segundo o governo, não haverá cobrança de prestação.

Outro gargalo é a falta de pavimentação em bairros, como o Estoril, que se divide em quatro setores. Para dois deles, o prefeito informou que já há previsão de recursos, com previsão de homologação de contrato e início da obra. A parte antiga da cidade reivindica asfalto, diz. “Não podemos ser falsos de dizer que vamos pavimentar toda a cidade.”

O prefeito aponta que a cidade se viu obrigada a crescer com a chegada do investimento privado, não tendo havido um tempo hábil para planejamento. Foi preciso, por exemplo, aumentar vagas na rede de ensino, número de médicos, ampliar serviços na área social.

Algumas demandas estão além dos esforços da prefeitura. É o caso da BR-262, que corta a cidade e passa a enfrentar um tráfego muito mais pesado com a ampliação dos serviços das fábricas de celulose, que se concentraram na região leste do Estado, e os caminhões transitam carregando material vegetal. Há ainda a passagem de caminhões levando minério de Corumbá para o porto de Santos, depois da desativação do transporte ferroviário.

Este assunto, segundo Danieze, envolve o esforço do governo estadual e a articulação da bancada federal. Conforme o prefeito, o governador informou que já levou esse pleito à União.

Ele diz que também precisa do apoio do Estado com a zona rural da cidade. Ribas tem uma das áreas mais extensas de Mato Grosso do Sul e muitas estradas vicinais, de acesso a fazendas. Na ida recente ao Município, o governador anunciou a pavimentação da rodovia MS-338, ligando a Camapuã, com 66 quilômetros e investimento de R$ 132 milhões.

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