Senad prende sete policiais com 302 quilos de cocaína em pista clandestina
Comandante da Polícia Nacional alega que policiais estavam em operação comandada pelo Ministério Público, mas promotor nega
Doze pessoas, entre elas sete agentes do serviço de inteligência da Polícia Nacional, foram presas nesta sexta-feira (17) em uma pista clandestina usada por traficantes de drogas no departamento (equivalente a estado) de San Pedro, no Paraguai. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido.
Pelo menos 302 quilos de cocaína e um avião monomotor foram apreendidos na pista clandestina localizada na Colônia Hugua Guazú, distrito de General Aquino, a 150 km da Linha Internacional com Mato Grosso do Sul. Várias armas também foram apreendidas com a quadrilha e seriam enviadas com a cocaína para o Brasil.
A operação foi comandada pela promotora de Justiça Lorena Ledesma e pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), órgão do governo paraguaio treinado e financiado pela DEA, a agência norte-americana de repressão às drogas.
A prisão dos agentes da Polícia Nacional causou uma crise política no governo paraguaio. Logo após a Senad anunciar que sete policiais estavam na pista dando apoio aos traficantes, o comandante geral da Polícia Nacional Walter Vázquez, afirmou que a equipe estava em operação, por terminação do promotor de Justiça Frederico Delfino, da unidade de antissequestro e antiterrorismo do Ministério Público paraguaio.
Em seguida, em uma nota publicada em sua página no Twitter, Frederico Delfino negou a informação e disse que não encabeçava nenhuma operação em San Pedro.
A promotora Lorena Ledesma, que comandou a operação contra os traficantes, disse que a investigação para prender os traficantes estava em andamento desde março e negou a existência de outra operação em andamento naquela região.
De acordo com a Senad, estão presos o major José David Alonso Salinas, o primeiro oficial Edgar Diosnel Sosa Melgarejo, o primeiro oficial Juan José Benitez Achucarro, o oficial Pablo Cabrera Escobar, o inspetor Víctor Daniel Davalos Peralta e os suboficiais Carlos Cesar Ayala Marecos e Antonio Joel Quiñonez.
Também foram presos os civis Carlos Escobar Nuñez, Ramón Gimenez Velazquez, Celso Benitez Fleitas, Amado Peres Marecos, todos paraguaios, e o piloto do avião, o boliviano Luis Darío Candia Zelada.
A promotora Lorena Ledesma disse que a quadrilha traz cocaína da Bolívia para o Paraguai em aviões e de lá manda a droga também via aérea para o Brasil. Todos os presos foram levados para a capital, Assunción.