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Interior

Só este ano, 36 estrangeiros foram à PF em Corumbá para pedir refúgio

Após alegar perseguição, boliviana conseguiu 'refúgio temporário' no Brasil, nesta terça-feira (06)

Luana Rodrigues | 06/12/2016 18:09
Célia Castedo Monasterio alega que veio buscar refúgio porque está sendo perseguida na Bolívia, depois que avião com delegação Chapecoense caiu (Foto: Reprodução/ Facebook)
Célia Castedo Monasterio alega que veio buscar refúgio porque está sendo perseguida na Bolívia, depois que avião com delegação Chapecoense caiu (Foto: Reprodução/ Facebook)

Além da boliviana Célia Castedo Monastério, outros 35 estrangeiros procuraram a PF (Polícia Federal) de Corumbá – distante 419 quilômetros de Campo Grande – para solicitar refúgio no Brasil neste ano.

Segundo a PF, apesar de Corumbá fazer fronteira com a Bolívia, a maioria das pessoas que buscam asilo na cidade branca não vem do país vizinho, mas sim do continente africano, de países como Toco e Nigéria, além do Haiti, na América do Norte. "São 'fugitivos'da guerra, fome e miséria", diz PF.

No caso de Célia, a situação é diferente. Como justificativa para ficar no Brasil, a boliviana alegou perseguição no pais de origem, em represália ao fato dela ter liberado o voo da delegação do clube Chapecoense, que caiu no dia 29 do mês passado.

Célia trabalhava na Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia e apontou problemas no plano do voo do avião que transportava a equipe de futebol da Chapecoense, jornalistas e tripulantes para a cidade de Medellín, na Colômbia.

A funcionária alertou sobre o quantidade de combustível, mas não barrou o voo. A aeronave caiu na madrugada de 29 de novembro, perto do aeroporto de Medellin. O acidente matou 71 pessoas e deixou seis feridos.

Célia conseguiu um documento provisório de identidade de estrangeiro para ficar no Brasil, que tem validade de um ano. Neste período, ela pode trabalhar, estudar, viajar e exercer qualquer outra atividade, permitida a cidadãos brasileiros.

“Ela entrou com um pedido de refúgio, mas é o Ministério da Justiça que decide, até lá ela fica livre no país”, afirmou o delegado Sérgio Macedo, chefe da PF em Corumbá, na manhã de hoje.

A boliviana deixou a delegacia da PF por volta das 9h da manhã e ninguém sabe se ela continua na cidade. Caso o Comitê Nacional negue o pedido de refúgio, o documento provisório perde a validade.

Acidente - A Chapecoense iria jogar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana. O desfecho trágico, no momento em que o time rumava para seu maior desafio, comoveu o mundo, com manifestações de solidariedade que se irradiaram da Colômbia e de Chapecó para diversos países.

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