“Tinha esperança”, diz mãe de criança que morreu após ser espancada e queimada
Durante o tempo de internação, a menina passou sedada, chegou a apresentar melhoras, mas depois foi piorando
A mãe da menina de 11 anos, que morreu na Santa Casa de Campo Grande na manhã de ontem (10), vítima de espancamento e incêndio criminoso no dia 8 de dezembro do ano passado, sabia da gravidade do quadro de saúde da filha, mas acreditava na recuperação dela. “A gente tinha esperança”, disse a mulher por telefone à reportagem.
Apontado como autor do crime, ex-namorado da mãe, Lucas Cáceres Kempener, de 24 anos, morreu em troca de tiros com a polícia, em 24 de janeiro, após reagir a uma abordagem.
Segundo a mãe, durante o tempo de internação, a menina passou sedada, chegou a apresentar melhoras, mas depois foi piorando e ainda contraiu infecção hospitalar, o que piorou o quadro de saúde da paciente. A criança ainda teve um dos braços, parte da perna direita e dedos da mão esquerda amputados. “O hospital já vinha comunicando a gente que o caso dela era grave”, contou. O velório e sepultamento foi em Aquidauana, onde os familiares moram.
Também vítima do homem, a irmã mais nova, de 5 anos, ficou vários dias internada, mas recebeu alta e se recupera em casa. “Ela ainda faz acompanhamento com a equipe médica, mas está bem”, afirmou a mãe.
Personalidade doentia - O incêndio aconteceu na madrugada de uma sexta-feira, 8 de dezembro, na Rua General Pinho, no Bairro São Bento, em Sidrolândia. Segundo a mãe das meninas, ela saiu para o trabalho na quinta-feira (7), por volta das 23h, horário que começava o expediente em unidade de indústria de alimentos, e deixou as crianças em casa, assistindo televisão, foi quando aconteceu a tragédia. O agressor pulou o muro, agrediu as meninas e ateou fogo na casa.
A delegada Bárbara Fachetti Ribeiro, da delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia, responsável por investigar o incêndio criminoso, disse que Lucas Cáceres tinha personalidade extremamente doentia, ciumenta e controladora. O laudo comprovou que os dois focos de incêndio estavam justamente onde se encontravam as vítimas, na sala e no quarto.
(*) Os nomes das vítimas foram omitidos para garantir a preservação da identidade da sobrevivente, conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
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