Acusado de incendiar casa com crianças era investigado por crimes de pedofilia
Suspeito morreu e também foi denunciado por armazenar pornografia infantil
Morto a tiros após reagir a abordagem policial, na madrugada desta quarta-feira (24), em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, Lucas Cáceres Kempener, de 24 anos, já era investigado por armazenar pornografia infantil, além de estupro. Ele é apontado como autor do incêndio a uma residência que deixou duas crianças, de 5 e 11 anos, gravemente feridas, em 7 de dezembro do ano passado.
Após incendiar a casa da ex-companheira, Lucas chegou a ser preso no dia seguinte, mas conseguiu liberdade provisória. A ex, mãe das crianças queimadas, contou para a polícia que terminou o relacionamento ao ver pornografia infantil no celular de Lucas. Também sofreu ameaças de morte por ele, que não aceitava o término.
"Relatos indicam que o suspeito invadiu a residência por três vezes, cometendo atos de extrema crueldade, como o assassinato do cachorro das vítimas", diz trecho da nota enviada pela Polícia Civil.
As crianças estão internadas na Santa Casa da Capital. Após o incêndio, a polícia também passou a investigar se Lucas estuprou uma das meninas, a de 11 anos. "Registro policial aponta que ele tinha antecedentes por porte ilegal de arma de fogo. Após intensa apuração, foi identificado como autor dos terríveis crimes. Também é investigado por estupro de vulnerável contra a criança de 11 anos", diz a nota.
Troca de tiros - O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) estava em Sidrolândia justamente para cumprir um mandado de prisão contra Lucas. Ele foi abordado em uma oficina mecânica, na Rua Aquidauana, e, segundo a polícia, reagiu com tiros. Os policiais revidaram e atingiram Lucas Cáceres, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Entenda - O incêndio aconteceu na madrugada de uma sexta-feira, 7 de dezembro, na Rua General Pinho, no Bairro São Bento, em Sidrolândia. Segundo a mãe das meninas, ela saiu para o trabalho na quinta-feira (7), por volta das 23h, horário que começa o expediente em unidade de indústria de alimentos, e deixou as crianças em casa, assistindo televisão.
A mãe também relatou que a casa está equipada com câmeras de segurança, operando via Wi-Fi. Durante o expediente, ela monitorava as crianças por meio dessas câmeras e até às 00h20, não observou nada anormal. Somente à 1h10, ela recebeu a notícia por meio de vizinhos.
Ao entrar na casa, o vizinho encontrou a menina de 5 anos na cama e a mais velha no sofá - as duas com os corpos em chamas. A de 11 anos ainda tinha graves ferimentos na cabeça e 70% do corpo queimado.
Durante esse período, a energia da casa foi desligada e as câmeras não registraram quem ateou fogo. Testemunhas relataram terem visto um homem saindo de um terreno ao lado da casa, subindo em uma moto estacionada em frente à residência. Outros vizinhos questionaram o homem, que alegou estar urinando e, em seguida, partiu sem prestar socorro.
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