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Interior

Suspeito de queimar duas crianças é morto a tiros

Equipe do Garras estava na cidade para cumprir mandado de prisão, quando foi recebida a tiros por suspeito

Por Dayene Paz | 24/01/2024 07:09
Policiais na Rua Aquidauana, onde ocorreu a troca de tiros. (Foto: Babalizando MS)
Policiais na Rua Aquidauana, onde ocorreu a troca de tiros. (Foto: Babalizando MS)

O homem suspeito de incendiar uma residência com duas crianças dentro, em Sidrolândia, a 71 km quilômetros de Campo Grande, foi morto após trocar tiros com equipe policial do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), na madrugada desta quarta-feira (24). A criança mais velha, de 11 anos, teve 70% do corpo queimado e ainda há a suspeita de que foi estuprada.

Segundo informações apuradas pela reportagem do Campo Grande News, o Garras estava na cidade justamente para cumprir um mandado de prisão contra o suspeito, Lucas Cáceres Kempener, de 24 anos. Ele foi abordado quando estava em uma oficina mecânica, na Rua Aquidauana, e, segundo a polícia, reagiu com tiros.

Segundo o portal Babalizando MS, os policiais revidaram e atingiram Lucas Cáceres, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A polícia aguarda a perícia no local dos fatos.

Lucas já tinha sido preso anteriormente e conseguiu liberdade provisória. Na decisão de soltura, o juiz Marco Antônio Montagna afirmou que não havia provas que demonstrassem a "materialidade delitiva", ou seja, não havia provas de que o suspeito cometeu o crime. Também citava que o homem não tinha antecedentes criminais.

Entenda - O incêndio aconteceu na madrugada de uma sexta-feira, 7 de dezembro, na Rua General Pinho, no Bairro São Bento, em Sidrolândia. Segundo a mãe das meninas, ela saiu para o trabalho na quinta-feira (7), por volta das 23h, horário que começa o expediente em unidade de indústria de alimentos, e deixou as crianças em casa, assistindo televisão.

A mãe também relatou à imprensa que a casa está equipada com câmeras de segurança, operando via Wi-Fi. Durante o expediente, ela monitorava as crianças por meio dessas câmeras e até às 00h20, não observou nada anormal. Somente à 1h10, ela recebeu a notícia por meio de vizinhos.

Ao entrar na casa, o vizinho encontrou a menina de 5 anos na cama, e a mais velha no sofá, as duas com os corpos em chamas. A de 11 anos ainda tinha graves ferimentos na cabeça. Durante esse período, a energia da casa foi desligada e as câmeras não registraram quem ateou fogo.

Testemunhas relataram terem visto um homem saindo de um terreno ao lado da casa, subindo em uma moto estacionada em frente à residência. Outros vizinhos questionaram o homem, que alegou estar urinando e, em seguida, partiu sem prestar socorro.

Suspeita de abuso - A Polícia Civil ainda investiga se a criança de 11 anos que teve 70% do corpo queimado foi estuprada. A suspeita do abuso foi levantada por médico da Santa Casa onde ela e a irmã de 5 anos estão internadas. Além disso, a mais velha estava com traumatismo craniano grave, inclusive, com otorragia (sangramento pelo ouvido). Foi colhido material genético da menina.

Também há suspeita que as meninas foram espancadas. Além de marcas na mais velha, a caçula, de 5 anos, deu entrada no hospital com inchaços e escoriações no rosto e ferimentos no couro cabeludo. Parte do cabelo foi arrancada.

As crianças estão internadas na Santa Casa de Campo Grande e não têm previsão de alta hospitalar.

Suspeito de atear fogo em crianças quando foi preso pela Polícia Militar em Nioaque (Foto: Jardim MS News)
Suspeito de atear fogo em crianças quando foi preso pela Polícia Militar em Nioaque (Foto: Jardim MS News)

Ouvido - Na delegacia, o suspeito afirmou que tinha um relacionamento com a mãe das meninas e que no dia do crime estava em uma oficina ingerindo bebidas alcoólicas. Em seguida, foi até o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) sozinho. Depois passou pela rua da casa das vítimas e como as luzes estavam apagadas, alega que foi até uma conveniência comprar cigarros e depois voltou para a oficina onde continuou bebendo.

A mãe das crianças relatou que namorou com o suspeito por três meses e que ele não aceitava o término do relacionamento. As investigações sobre o incêndio, as suspeitas de agressão e abuso sexual ainda estão em andamento.

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