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Interior

Três são presos por executar jovem em “tribunal do crime” a mando do PCC

Um dos presos também participou de dupla execução ocorrida em uma favela no dia 17 de julho deste ano

Helio de Freitas, de Dourados | 09/08/2018 10:10
Alisson (de cabeça baixa) e Bruno estão presos por mortes ordenadas pelo PCC (Foto: Adilson Domingos)
Alisson (de cabeça baixa) e Bruno estão presos por mortes ordenadas pelo PCC (Foto: Adilson Domingos)

Estão presos os três bandidos que, a mando do PCC (Primeiro Comando da Capital), julgaram e executaram Douglas Sarat de Moraes, 18, no dia 28 de julho deste ano no chamado “tribunal do crime”, em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Antes de ser morto, o rapaz foi obrigado a gravar um vídeo exaltando o poder da facção criminosa.

De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, chefe do SIG (Serviço de Investigações Gerais), Douglas foi morto por Alisson Borges de Brito, 25, o “Quati”, Luiz Henrique de Paula, 27, o “Abacaxi”, e por um adolescente, que também foi detido e encaminhado para a Unei (Unidade Educacional de Internação).

A polícia descobriu que Douglas não tinha antecedentes criminais, mas espalhava pela cidade que era simpatizante do Comando Vermelho, facção criminosa fundada no Rio de Janeiro e rival do PCC.

Quando a história sobre o apoio de Douglas ao Comando Vermelho chegou ao conhecimento do PCC, o rapaz foi ameaçado por integrantes da facção paulista e avisado que se não fosse batizado no PCC ele seria morto.

No dia 28 de julho, Douglas foi convidado por telefone para ir até o local onde seria feito o batismo. Entretanto, segundo o delegado, o convite era apenas um pretexto para atraí-lo para a morte, porque a facção já tinha decidido que ele seria executado.

Amarrado, o rapaz foi levado para um barraco abandonado no bairro Estrela Verá, perto do local onde o corpo foi encontrado morto com as mãos e pés amarrados.

No vídeo gravado no local do crime, o rapaz admitia ser simpatizante do Comando Vermelho. “Meu nome é Douglas, sou de Dourados. Corri pelo lado do CV [Comando Vermelho], eu e mais uns caras. Estávamos fazendo uma casinha para matar os PCC aqui de Dourados, mas, não vai dar não. O PCC é muito forte, quem comanda aqui é o PCC, e é isso”, disse ele, antes de morto com um tiro na cabeça.

“Todos têm que seguir o PCC, maior grupo do mundo. Aviso para vocês do CV que estão vindo para Dourados, Campo Grande e que estão aqui, sair vazado ou rasgar a camisa. Quem vai dominar é o PCC, Primeiro Comando da Capital. Nós somos simpatizantes do CV e caímos na mão do PCC agora. O PCC chegou chegando, rasgando tudo... Vocês dão tchau para o trem e é isso”, disse Douglas, repetindo palavras ditas por um dos assassinos.

Mais mortes – O SIG descobriu que Alisson também participou, junto com outros dos bandidos já identificados, da dupla execução ocorrida no dia 17 de julho deste ano na favelinha Ouro Fino, próximo à BR-163, na saída para Caarapó.

Em um dos barracos, Paulo Sérgio Santos, 30, e Getúlio Vargas da Silva, 37, foram mortos com vários tiros. “Aqui é PCC”, gritou um dos pistoleiros após o tiroteio.

Bruno assume participação na morte do Douglas, mas nega envolvimento na dupla execução. Alisson de Brito nega participação em todos os crimes, mas a polícia afirma ter provas da ligação dele com os dois assassinatos ocorridos na favelinha.

Barraco onde rapaz foi julgado e teve de gravar vídeo exaltando poder do PCC (Foto: Divulgação)
Barraco onde rapaz foi julgado e teve de gravar vídeo exaltando poder do PCC (Foto: Divulgação)
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