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Interior

Usinas devem demitir 1,3 mil e têm dificuldade para pagar rescisões

Trabalhadores das duas indústrias de álcool e açúcar da região sul reclamam de atraso em salários e nas rescisões dos demitidos

Helio de Freitas, de Dourados | 21/09/2015 09:39
Usina São Fernando, em Dourados, já dispensou 120 e deve demitir mais 600 até outubro (Foto: Eliel Oliveira)
Usina São Fernando, em Dourados, já dispensou 120 e deve demitir mais 600 até outubro (Foto: Eliel Oliveira)

Em crise financeira, duas usinas de álcool e açúcar da região sul de Mato Grosso do Sul estão demitindo funcionários e enfrentam dificuldade até mesmo para pagar as rescisões. O problema ocorre na sina Bio Energy, em Naviraí, a 366 km de Campo Grande, e na São Fernando, em Dourados, a 233 km da Capital. A crise setor deve causar o fechamento de 1,3 mil vagas só em duas empresas.

Nos últimos três meses, a usina de Naviraí demitiu pelo menos 730 funcionários e não pagou o acerto dos demitidos. Muitos deles têm procurado o MPT (Ministério Público do Trabalho) em Dourados, para tentar receber os direitos trabalhistas.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Açúcar e Álcool de Naviraí e Região, Altair Custódio, informou que em setembro foram 500 trabalhadores demitidos. Segundo ele, a esperança é que a usina utilize o dinheiro da próxima moagem de cana para pagar as rescisões.

Leandro Luís Francisco, 32, trabalhou como motorista da usina de Naviraí durante quatro anos. Na semana passada ele procurou a Justiça para tentar receber o acerto e dar baixa na Carteira de Trabalho. “Eu fiquei com salário atrasado e duas férias. Têm muitos nessa situação”.

São Fernando – Na usina localizada em Dourados a crise é semelhante. Pelo menos 600 funcionários devem ser demitidos até a metade do mês de outubro. Semana passada, 120 já foram dispensados.

A empresa também enfrenta dificuldades até para colher a cana-de-açúcar. Em plena época de safra, a indústria está moendo apenas 10 mil toneladas por dia, menos da metade da capacidade de 25 mil toneladas/dia. Até mesmo o pagamento para os proprietários de terras arrendadas para o plantio de cana está atrasado.

Éder da Silva Leite, 34, espera há dois meses para receber pelos 30 dias trabalhados e pela baixa na Carteira de Trabalho. Ele diz que constantemente entra em contato com a empresa, mas não consegue saber quando vai receber. A maior preocupação é com a rescisão, pois já arrumou outro emprego e precisa da liberação da Carteira de Trabalho.

Comandada pelo Grupo Bumlay, a São Fernando precisa de pelo menos R$ 200 milhões para sanear as dívidas do dia-a-dia.

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