Vereador do PSDB assume relatoria de CPI que investiga gastos na pandemia
Sergio Nogueira substitui Liandra Brambilla, aliada da ex-prefeita Délia Razuk
O vereador Sergio Nogueira (PSDB) vai assumir a relatoria da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada nesta semana para investigar gastos da ex-prefeita Délia Razuk no combate à pandemia da covid-19 em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
Nogueira foi indicado nesta quarta-feira (7) pelo bloco “Força Legislativa” para substituir a vereadora Liandra Brambilla (PTB). Ela tinha sido indicada durante a sessão de segunda-feira (5), mas na noite de ontem abriu mão do cargo.
Em nota à imprensa enviada à noite, a petebista alegou ter tomado a decisão depois de conversar com sua família e por “prezar pela transparência dos atos públicos”.
A vereadora também disse que sua indicação para a relatoria não tinha sido decisão própria, mas do bloco ao qual faz parte. O Regimento Interno da Câmara de Dourados determina que as CPIs sejam formadas por indicados pelos blocos partidários.
Liandra é aliada da ex-prefeita Razuk e ocupou cargo nomeado na Secretaria Municipal de Saúde durante os quatro anos da gestão passada. A CPI vai investigar justamente os gastos feitos no último ano do mandato de Délia.
Pastor da igreja batista e exercendo o segundo mandato na Câmara, Sergio Nogueira foi indicado para assumir a relatoria em ofício enviado ao presidente da Câmara Laudir Munaretto (MDB). A assessoria de Laudir confirmou que a indicação será acatada pela presidência.
“Pretendo contribuir na CPI com muita dedicação, imparcialidade e lisura que o processo exige. O relatório é peça importante por trazer elementos que impõem reflexão mais aprofundada sobre a investigação. É uma missão árdua e faz parte do trabalho de um vereador, por isso não posso deixar de atender a uma indicação do bloco a que pertenço”, disse Sergio Nogueira ao Campo Grande News.
Além de Liandra e Sergio Nogueira, integram o bloco os vereadores Jânio Miguel (PTB), Rogério Yuri (PSDB), Olavo Sul (MDB), Cemar Arnal e Marcão da Sepriva (os dois do Solidariedade).
A CPI é presidida pelo vereador Fabio Luis (Republicanos), que também integrou a equipe de Délia Razuk como presidente do Instituto de Meio Ambiente, mas foi o autor do pedido de CPI. O médico e vereador de primeiro mandato Diogo Castilho (DEM) completa a comissão como membro.
Gastos suspeitos – No requerimento pedindo a CPI, Fabio Luis citou que em 2020 o Governo Federal repassou R$ 54,9 milhões ao município de Dourados para combate à pandemia. “Contudo, não se vislumbra a aplicação eficiente, clara e transparente desses recursos no enfrentamento à pandemia e prevenção de vidas em Dourados”.
Ele também apontou “inconsistência” no portal de transparência da prefeitura por apresentar receita total de R$ 42,3 milhões, enquanto as despesas executadas somam R$ 11,8 milhões.
Fabio Luis ainda apontou suspeita na dispensa de licitação para compra do kit de alimentação escolar no valor de R$ 1,4 milhão e na contratação de serviços médicos hospitalares.