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Interior

Vereadora defende intervenção em cidade que lidera casos de covid-19

Daniela Hall diz que só intervenção estadual na gestão da saúde pode evitar lockdown em Dourados, que tem 1.829 casos positivos

Helio de Freitas, de Dourados | 22/06/2020 16:53
Observados por secretária de Saúde, Délia e Geraldo assinam documento na entrega de leitos de UTI (Foto: Carlos Marinho/Divulgação)
Observados por secretária de Saúde, Délia e Geraldo assinam documento na entrega de leitos de UTI (Foto: Carlos Marinho/Divulgação)

Vereadora oposicionista defendeu nesta segunda-feira (22) a intervenção estadual na gestão da saúde pública de Dourados, a 233 km de Campo Grande. Daniela Hall (PSD) afirma que a medida é a única capaz de evitar o cada vez mais provável lockdown por causa do crescimento dos casos do novo coronavírus. Com 1.829 testes positivos, Dourados lidera o ranking estadual de covid-19 e também ocupa o primeiro lugar em mortes – foram 11 até agora.

Profissionais que atuam na linha de frente da luta contra a pandemia afirmam que o sistema de saúde douradense está à beira do colapso. Como tem gestão plena dos recursos, o município tem obrigação de atender também moradores de outras 33 cidades da região.

“O lockdown pode gerar impactos irreversíveis na economia como desemprego em massa e fechamento de empresas. Por isso, para evitar que a prefeitura chegue a esse ponto, precisamos de gestão técnica para dar celeridade nas demandas da saúde”, afirma Daniela Hall.

Ela afirma que é preciso abrir a “caixa preta” das finanças da prefeitura pelos órgãos fiscalizadores, como Ministério Público Estadual, Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS) e Tribunal de Contas da União.

Daniela Hall afirma que a população acompanha o anúncio de investimentos de R$ 45 milhões, mas o atendimento precário e falta de estrutura aos profissionais da Saúde persistem. Ela diz que o município tem feito muito pouco para controlar a pandemia.

“O município instalou barreiras que não ‘barram’ nada por falta de estrutura. Se limitam apenas a aferir a temperatura. Não há testagem das pessoas identificadas com temperatura alterada e não há a sanitização dos veículos. Existem denúncias de contaminação dentro do próprio hospital de pacientes que entraram com outra enfermidade e acabam contraindo a doença”, acusa.

Segundo ela, os profissionais estão adoecendo emocionalmente e com a própria covid-19, mas falta rapidez da prefeitura nas decisões. “Não há fiscalização sobre distanciamento social. Nos bairros a vida está normal. E a prefeitura não está fiscalizando absolutamente nada”, afirmou a vereadora.

A prefeita Délia Razuk (PTB) e a secretária municipal de Saúde Berenice Machado Souza ainda não se manifestaram sobre as críticas feitas pela vereadora.

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