Vídeo mostra policiais arrombando porta e brasileiro preso na cama
Fornecedor de drogas e armas para PCC e Comando Vermelho foi preso em Assunción; bandido recebia apoio de policiais corruptos
Preso na manhã de hoje (14) no Paraguai, o brasileiro Levi Adriani Felício, 52, foi surpreendido por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) ainda na cama, no apartamento em que estava morando há pouco mais de um mês na Vila Morra, em Assunción.
Levi é apontado pela Senad como importante chefe do narcotráfico e principal fornecedor de drogas para o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho. Ele foi comparado a um executivo do crime, segundo o ministro-chefe da Secretaria Nacional Antidrogas, Arnaldo Giuzzio.
Vídeo gravado pelos agentes da Senad mostra o momento em que a equipe chega ao apartamento e arromba a porta. Levi é preso ainda na cama, em um dos quartos do imóvel. Uma brasileira que estava com ele também foi detida.
De acordo com a Senad, no apartamento foram encontrados um fuzil calibre 7.62, duas pistolas 9 milímetros, dois revólveres calibre 38, munições de vários calibres, dinheiro, joias relógios de luxo, celulares, computadores e documentos.
Levi morava há pouco tempo no apartamento. Antes de se mudar para o local, ele morava em uma mansão em outro bairro da capital paraguaia, avaliada em meio milhão de dólares.
Também foi preso hoje o braço-direito de Levi, Marcio Gayoso, 27, o “Candonga”. Inicialmente havia informação de que ele é brasileiro, mas a Senad confirmou se tratar de cidadão paraguaio.
Candonga foi preso em casa de alto padrão em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.
Segundo a Senad, era ele que operava na fronteira, mantendo contato direto com as facções. Recebia drogas e armas enviadas por Levi e repassava aos bandidos incumbidos de abastecer as cidades onde atuam PCC e Comando Vermelho.
Apoio de policiais – O governo paraguaio confirmou suspeita de que Levi contava com apoio de policiais corruptos. Candonga seria o responsável em negociar proteção e “vistas grossas” de agentes da Polícia Nacional aos carregamentos enviados à região norte do país, onde fica o departamento (equivalente a estado) de Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero.
“Temos indícios comprovando a cumplicidade de autoridades, mas sabemos ser muito difícil chegar até essas pessoas. Com dinheiro se corrompe agentes de segurança”, afirmou Francisco Ayala, diretor de comunicação da Senad.
Veja o vídeo com imagens do momento exato da prisão de Levi Felício: