Visita da delegação do Ministério da Saúde leva esperança a indígenas de MS
Reserva indígena mais populosa do país recebe técnicos do governo federal após morte de bebê por desnutrição
A delegação do Ministério da Saúde composta pelo secretário de Atenção Primária, Nésio Fernandes e o secretário de Atenção à Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, concluíram nesta sexta-feira (16) a visita técnica às unidades de saúde da reserva indígena de Dourados.
Vice-cacique da aldeia Bororó, Alex Rodrigues Cavalheiro encara a visita da delegação do Ministério da Saúde com esperança. Presente no dia a dia da comunidade, ele sabe dos anseios da população.
“Eles vindo aqui de perto, conhecer, ouvir as nossas demandas é de extrema importância, porque nós estamos levando diretamente para o Governo Federal o problema e para que eles vejam uma solução o mais rápido possível”, pontua.
A reserva indígena de Dourados é a mais populosa do país. São 20 mil indígenas das etnias guarani kaiowá morando no local. A presença do governo federal atende a um pedido do Estado para avançar nas políticas públicas dos povos originários. Foi lá, que há pouco mais de um mês uma criança de um ano e três meses morreu de desnutrição.
O subsecretário de Políticas Públicas para Povos Originários, pasta ligada à Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Fernando Souza, espera que os integrantes da comitiva tenham se sensibilizado com as dificuldades da comunidade.
“Esperamos que eles disponibilizem recursos para que seja aprimorado o atendimento do nosso povo, que haja esse olhar para a reserva indígena de Dourados que já é maior que muitos municípios, e onde tudo o que acontece acaba tendo uma outra dimensão”, explicou o subsecretário.
Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Nascimento Costa, explica que a visita é justamente para conhecer a realidade da saúde indígena no Estado, e então elaborar propostas a serem apresentadas ao Ministério da Saúde e à Presidência da República.
“Há uma reivindicação histórica da criação de um novo Distrito Sanitário Especial Indígena do Conesul. Esperamos que a gente consiga aperfeiçoar sistema de gestão aqui nessa região e, sobretudo, consiga também o provimento de pessoal, e dar uma resposta ao passivo das infraestruturas de saúde indígena”, enumera Weibe.
O secretário de Saúde Indígena também reforçou que uma das atribuições da pasta é resolver o saneamento ambiental na região. Ao ouvir as lideranças e a própria população da reserva, a delegação do Ministério da Saúde adiantou que os indígenas serão beneficiados com o relançamento do Programa Mais Médicos, do Governo Federal.
“Com a reformulação do programa, nós vamos conseguir até o final do ano resolver todos os problemas de provimento médico em toda a saúde indígena do País. Inclusive está sendo programada uma nova expansão para o redimensionamento de mais equipes médicas”, cita o secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes de Medeiros Junior.
A reformulação traria, inclusive, incentivos para qualificar novos profissionais e requalificar a atenção básica oferecida na saúde indígena. Nésio sustentou ainda que com a qualificação de profissionais, infraestrutura e tecnologia é possível reduzir os indicadores ruins acerca da saúde da população indígena.
Mato Grosso do Sul pode servir de modelo para as demais reservas do país. “Sem dúvida nenhuma. A concentração da população aqui permite inclusive que a escala, o dimensionamento, o investimento, ele possa se tornar piloto para outros lugares do país”, afirma o secretário de Atenção Primária, Nésio Fernandes de Medeiros Junior.
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