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Política

Plenária lotada mostra otimismo em poder participar de escolhas do governo

Representantes de movimentos sociais dividiram espaço com autoridades no Teatro Glauce Rocha

Caroline Maldonado e Gabriela Couto | 17/06/2023 14:09
Plenária presencial do PPA (Plano Plurianual) Participativo, no Teatro Glauce Rocha, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). (Foto: Marcos Maluf)
Plenária presencial do PPA (Plano Plurianual) Participativo, no Teatro Glauce Rocha, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). (Foto: Marcos Maluf)

Otimistas e falando em “recuperar o tempo perdido”. Assim saíram os participantes da plenária presencial do PPA (Plano Plurianual) Participativo, ocorrida no Teatro Glauce Rocha, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), neste sábado (17), com três ministros. Eles divulgaram o portal Brasil Participativo, no qual os sul-mato-grossenses e demais brasileiros podem propor e votar em ideias para o uso do orçamento entre 2024 e 2027.

No palco, representantes de movimentos sociais dividiram espaço com autoridades. Vieram à Capital as ministras do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; das Mulheres, Cida Gonçalves; e o ministro da Secretaria-Geral, Márcio Macêdo.

Na plateia, muitos faziam questão de destacar que nunca foram chamados para um evento desse tipo com a chance de participar da elaboração da lei que será enviada ao Congresso Nacional para votação entre deputados e senadores.

A co-fundadora da ANMIGA (Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade), indígena da etnia Guarani Kaiowá, Jaque Kuña Aranduha, contou que o convite surpreendeu. Ela pretende propor no portal a criação da Casa da Mulher Indígena. A ministra Simone disse, durante o evento, que esse pedido será levado a diante.

“É a primeira vez que a articulação é chamada para ser ouvida pelo governo. A situação dos guarani kaiowá é um pouco menos pior do que a dos Yanomami. É preciso que os povos originários entrem no PPA. Temos a discussão do marco temporal também e os povos vão resistir com o corpo e a vida para que não peguem as terras deles”, disse Jaque.

Integrante do Movimento Mulheres Camponesas, Odete Maria Ferronato saiu de Rio Brilhante para participar do evento na Capital. “É importante para que possamos nos sentir parte de um todo. Não queremos algo de cima para baixo derramado na nossa cabeça. Queremos o movimento contrário, queremos um pé no parlamento”, disse.

Com comitiva de Sidrolândia, o terena Elielson Basílio, também destacou que foi a primeira vez que sua comunidade foi chamada a participar. “Temos as nossas pautas e esse direito de opinar e votar. Isso é histórico e creio que nossas comunidades serão atendidas”, afirmou.

Para a coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de Mato Grosso do Sul, Romilda Pizani, a participação denota uma gestão democrática.

“Isso nos dá um sentimento do que é nosso e a sociedade civil tem que ocupar os espaços de representatividade, principalmente depois de todo o desmonte que houve. Essa é uma preocupação em retomar para a população o sentimento de pertencimento em seus recortes”, disse Romilda.

A integrante do Coletivo da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Kensy Palácio, considreou a participação uma ‘retomada da dignidade dos LGBTQIAP+”.

É uma oportunidade de ampliar a nossa voz e principalmente para falar das pessoas mais vulneráveis. Esse evento deu uma chacoalhada nas pessoas, porque nosso estado é muito tradicional. Não adianta só ter subsecretaria se não tem ações efetivas”, disse Kensy.

Integrante do Coletivo da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Kensy Palácio. (Foto: Marcos Maluf)
Integrante do Coletivo da ATMS (Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul), Kensy Palácio. (Foto: Marcos Maluf)

Simone destacou que a primeira missão é “tirar o povo da fome”. Ela disse que o Brasil “torrou o dinheiro nos últimos quatro anos com obras inacabadas e desnecessárias e não construiu uma casa popular”.

A ministra pediu que os sul-mato-grossenses participem e que participem e que um dos três votos que tem direito a dar, seja para políticas para as mulheres. “O Brasil está com previsão de crescimento três vezes maior do que estava sendo esperado. Vamos encerrar o ano com crescimento de 2%. A previsão inicial era de 0,7%”, detalhou.

Como participar - Qualquer pessoa pode entrar com a conta Gov.br e votar em três propostas, além de fazer a sua. Clique aqui para acessar o portal Brasil Participativo. Ao todo, serão realizados 27 encontros no Brasil. Até o momento, os estados das regiões Norte e Nordeste já foram visitados pelos ministros.

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