Vítima de atentado com uma morte confirmou relação com briga familiar
O crime aconteceu na BR-163, enquanto as vítimas esperavam em uma operação pare e siga na rodovia
Gisele Fogaça da Silva, vítima do atentado a tiros que deixou um jovem de 23 anos morto e uma criança de 2 anos e 4 meses ferida nesta quinta-feira (4), na BR-163, confirmou a polícia a ligação com os alvos de uma rixa entre quadrilhas em Itaquiraí – a 410 quilômetros de Campo Grande.
O crime aconteceu na BR-163, durante uma operação pare e siga da CCR MSVia. Conforme apurado pela reportagem, mesmo ferida Gisele contou ao delegado Claudineis Galinari que o motorista do carro, Lucas Alexandre Fogaça de Oliveira, de 23 anos, era seu sobrinho e que assim como ela, morava em Campo Grande.
Gisele ainda detalhou que ela, o filho de 2 anos também ferido no tiroteio e o sobrinho, voltavam para a Capital e confirmou a polícia ser da família de Vilmar Fogaça da Silva, 43 anos, e do filho dele de 16 anos, Matheus José Fogaça Ribeiro, executados em junho.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, os assassinatos foram motivados por uma briga entre o adolescente e um comerciante da cidade. “Ela falou que são parentes do Vilmar, assassinado mês passado em Itaquiraí. É uma briga entre quadrilhas que vem se arrastando há algum tempo”, explicou o delegado.
Lucas foi atingido na cabeça, e não resistiu aos ferimentos. Gisele e o filho, que sofreu um ferimento no tornozelo, foram levados para a Santa Casa de Naviraí, onde permanecem internados. Ainda segundo o delegado, o estado de saúde dos dois é estável.
No local do atentado a polícia recolheu nove capsulas de pistola 9 milímetros. Os autores estavam em uma caminhonete Hilux prata, com placa de Tapira, Paraná, e são procurados por homicídio qualificado e pela tentativa de assassinato contra a mulher e a criança de 2 anos.
Briga e assassinatos - Durante a campanha eleitoral de 2018 Matheus brigou com o comerciante Alécio Favaro Júnior, 34, e o ameaçou com a arma. Na confusão, Marcos Vinícius Müller, de 30 anos, amigo do adolescente, desferiu um tapa no rosto de Alécio, que não reagiu. Na época com 15 anos, Matheus já era acusado de matar dois homens na cidade.
Meses depois, no dia 23 de dezembro, Marcos encontrou outro pistoleiro conhecido na cidade, Francisco Antônio de Lima, 55, o “Chico Bala”. Os dois estavam no Brutus Bar, casa noturna mais frequentada de Itaquiraí, e se desentenderam.
Armado, Chico Bala chamou Marcos para o lado de fora do bar para conversar. “Não se bate na cara de homem”, teria dito o veterano pistoleiro antes de sacar a arma e matar Marcos com tiros nas costas. Quando se aproximava para conferir se o homem estava morto, foi atingido por vários tiros disparados pelo amigo de Marcos, João Vitor Gomes, 22, conhecido como “Catarino”.
Depois de executar o pistoleiro Chico Bala, Catarino voltou para Querência do Norte, onde ficou escondido até 17 de abril deste ano. Descoberto pela polícia paranaense, Catarino reagiu e foi morto a tiros.
Alécio Favaro Júnior, o comerciante que levou o tapa no rosto, foi executado a tiros no dia 25 de maio deste ano quando lavava a varada da casa, ao lado do mercado de sua propriedade. Ferido nas costas e na cabeça, Alécio morreu no local.
Matheus Fogaça foi apontado como o autor do assassinato de Alécio. Três dias depois, Alyson de Melo Prudente, 30, foi até a casa de Matheus, no Jardim Primavera, para vingar a morte do amigo.
Alyson entrou na casa de arma em punho e apontou o revólver para um irmão do adolescente. Escondido atrás da porta, Matheus disparou um tiro na barriga de Alyson, que conseguiu deixar o local de carro com o amigo que o acompanhava, mas morreu durante a fuga e foi abandonado em um assentamento.
Vilmar Fogaça da Silva, ainda teria ajudado o filho a matar Alyson e por isso foi executado a tiros de pistola 9 milímetros dentro de seu carro, no centro de Itaquiraí, no dia 13 de junho passado. Oito dias depois, Matheus foi executado no Paraná. A suspeita é que Lucas também tenha ajudado o adolescente nos crimes.