Juiz sequestra 7 aviões e 6 fazendas e condena traficantes a 47 anos de prisão
O juiz da 3ª Vara Federal, Odilon de Oliveira, condenou, em sentença de 30 de abril deste ano, oito traficantes da região de Ponta Porã a penas de até 47 anos de prisão em regime fechado e determinou o sequestro de sete aviões, seis fazendas no Brasil e no Paraguai, casas, apartamentos e recursos disponibilizados em conta corrente.
É um dos maiores golpes no crime organizado na fronteira do Brasil com o Paraguai. A quadrilha foi flagrada com duas grandes cargas de cocaína, de 492 e 488 quilos.
A maior sentença é do empresário e suposto chefe da organização criminosa, Jorge Rafaat Toumani, que foi condenado a penas que somam 47 anos de reclusão em regime fechado e ao pagamento de multa no valor de R$ 403,8 mil. Seu irmão, Joseph Rafaat Toumani, deverá cumprir pena de 15 anos de prisão e pagar R$ 83,2 mil em multa.
A segunda maior pena será cumprida por Luiz Carlos da Rocha, que poderá ficar 34 anos e sete meses atrás das grades e pagar multa de R$ 288 mil. Também foram condenados Carlos Roberto da Silva (19 anos e 4 meses e multa de R$ 112,2 mil), Nélio Alves de Oliveira (21 anos e 8 meses e R$ 122,8 mil), Eduardo Charbel (12 anos e 4 meses e R$ 52,8 mil), Vandeir da Silva Domingos (16 anos e 8 meses e R$ 80,1 mil) e Ronaldo Adriano Cardoso de Oliveira (11 anos e 7 meses e R$ 48 mil).
Oliveira também determinou o bloqueio dos bens da quadrilha, que incluem sete aeronaves e seis fazendas distribuídas nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná e até no Paraguai. Também foram seqüestrados lanchas, automóveis de luxo, apartamentos e casas em Campo Grande, Londrina e Ponta Porã.
Na sentença, o magistrado determina ainda a prisão de Luiz Carlos da Rocha.
Outro golpe - O outro golpe no crime organizado foi a Operação Suçuarana, da Polícia Federal, que prendeu 10 pessoas ontem em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Entre os seis presos está o presidente da Agência de Habitação de Ponta Porã, Leonardo Derzi Resende.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, Sandro Luciano Caron, a quadrilha usava uma transportadora de Dourados para enviar de 100 a 200 quilos de cocaína para quatro estados: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em um ano, o grupo mandou 1,1 mil quilos de cocaína e três toneladas de maconha.