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Cidades

Justiça decreta prisão preventiva de enfermeiro e cunhado de Marielly

Aline dos Santos | 10/08/2011 12:15

Magistrada classificou crime como repugnante

A justiça decretou a prisão preventiva do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, de 40 anos, e Hugleice da Silva, de 27 anos, presos desde o mês passado pelo aborto que resultou na morte de Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos. Hugleice é cunhado da vítima.

A juíza da Vara Única de Sidrolândia, Sílvia Eliane Tedardi da Silva, também aceitou a denúncia de aborto e ocultação de cadáver, que pode levar os acusados a júri popular.

As prisões preventivas foram decretadas para garantia da ordem pública e conveniência do processo. A magistrada classifica o crime como repugnante, que “ceifou a vida de uma garota de apenas 19 anos”.

Apesar de Jodimar negar ter feito o aborto malsucedido, ele é incriminado pelo depoimento de Hugleice. Depois de diversas negativas, o cunhado foi preso e confessou que levou a jovem até Sidrolândia, onde mora o enfermeiro, e pagou para que Jodimar realizasse o procedimento.

Ainda sobre Jodimar, o processo cita que ele já foi condenado por furto em Jardim e que ameaçou a empregada que contou à polícia ter avistado Marielly em sua casa em 21 de maio, último dia em que ela foi vista ainda com vida.

A testemunha reconheceu Marielly e Hugleice por meio de fotos apresentadas pela polícia. A mulher relatou que Jodimar saiu do quarto “apavorado” e disse que Marielly estava passando mal. A garota estava nua sobre a maca.

Quanto à prisão do cunhado, também pesa a ascendência dele sobre a família. Ele é casado com a irmã da vítima. Na decisão, consta o relato da investigadora Maria Campos.

Ela relata que quando estava próximo do desfecho do caso, Hugleice passou a interferir nas investigações, dificultando o contato com demais familiares de Marielly.

Segundo a investigadora, o preso “possui grande ascendência sobre a família”.

Jodimar afirma inocência. Mas empregada viu Marielly na casa de enfermeiro. (Foto: Simão Nogueira)
Jodimar afirma inocência. Mas empregada viu Marielly na casa de enfermeiro. (Foto: Simão Nogueira)

Com o sumiço da garota, que morava em Campo Grande, a família distribuiu panfletos, fez diversas buscas e acionou a imprensa. A procura só acabou em 11 de junho, quando o corpo de Marielly foi encontrado em um canavial de Sidrolândia. Não foi possível definir a paternidade do feto. O cunhado confessou o envovimento com a jovem e disse que poderia ser o pai.

A polícia suspeitou de Hugleice após a quebra de sigilo telefônico constatar que ele foi a última pessoa com quem a vítima conversou. Além disso, a empregada de Jodimar o viu na residência do enfermeiro. No local onde o cadáver estava havia embalagens de Halls, bala que Hugleice tinha hábito de consumir.

A família de Marielly mentiu à polícia sobre Hugleice. Todos disseram que o rapaz estava em casa no dia 21 de maio, no fim da tarde, quando a operadora de celular dele indicou que ele estava em Sidrolândia.

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