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Cidades

Militar preso diz que não tem plano para matar juízes

Paulo Fernandes | 06/02/2011 20:57

Bombeiro diz que foi vítima de armação de advogada

Acusado de liderar quadrilha de tráfico internacional de drogas e de tramar a morte de juízes federais, entre outros crimes, o bombeiro Ales Marques encaminhou uma carta ao Campo Grande News em que alega inocência de todas as acusações e diz que está sendo vítima de uma armação feita por uma advogada.

A carta foi entregue por pessoas ligadas ao bombeiro, que não quiseram ser identificadas. Segundo elas, o documento será encaminhado ao Ministério Público Federal.

De acordo com o MPF, mesmo preso, Ales Marques tramava a morte de juízes federais, usava celular e teria saído pelo menos uma vez do presídio militar para fazer “diligência” com outros bombeiros.

Mas o militar diz que a única vez que deixou o presídio militar foi no dia 12 de janeiro porque passou mal. Ele encaminhou ao jornal cópia de uma declaração de comparecimento assinado pelo médico Guilherme Junqueira, em um papel do receituário da Rede Municipal de Saúde.

No documento, o médico escreve que Ales Marques esteve na unidade de saúde no período da tarde após sentir tontura depois do almoço e encontrava-se estável, sem alteração cardiorespiratórias e sem febre, mas sentido tontura. O médico receitou remédios e pediu uma série de exames.

De acordo com a carta, Ales Marques não conseguiu fazer os exames porque estava sem os documentos pessoais (RG e CPF) e “o sistema estava fora do ar”. Os documentos estão retidos com a advogada, segundo ele.

“Gostaria que o Ministério Público Federal, [Ministério Público] Estadual e Corregedoria da Polícia Militar investigassem melhor estas acusações que estão fazendo contra a minha pessoa. Tudo isso não é verdade. É tudo coisa inventada por uma advogada que constitui para fazer a minha defesa, mas só mentiu, me enganou”, disse.

No documento, o militar afirma que não tem motivos para matar juízes e que não é culpado pelas mortes do Tenente do Corpo de Bombeiros Militar Everton e nem do policia Alberico.

“Gostaria de ter uma chance de me defender. Até agora estou sendo acusado de uma série de coisas que eu não fiz e não tenho intenção de fazer. Gostaria de saber o motivo que eu teria para matar ou planejar a morte de juízes”, disse.

O bombeiro afirma ainda que a advogada “inventou todas essas coisas devido eu ter contratado outro advogado”. “Ela é amiga de gente importante (..) ela pode manipular inclusive delegados e juízes federais”, diz o acusado.

Ales Marques afirma ainda que está sofrendo ameaças da advogada. Ele está detido no Presídio Militar de Campo Grande, mas o MPF quer a transferência dele para um presídio federal, de preferência fora do Estado.

O militar foi preso em flagrante em julho de 2010. Ele teve a prisão preventiva decretada em outubro de 2010, durante a operação Maré Alta.

O MPF denunciou 18 pessoas da quadrilha, inclusive a ex-mulher e os filhos do militar, que também estão presos. A quadrilha abasteceria, em larga escala, os mercados consumidores de drogas de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

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