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Cidades

Mobilização contra o Aedes aegypti é a maior em 100 anos, diz ministro

Ricardo Campos Jr. e Michel Faustino | 07/01/2016 18:52
Reinaldo Azambuja e ministro da Saúde lançaram planos nacional e estadual de combate à dengue (Foto: Gerson Walber)
Reinaldo Azambuja e ministro da Saúde lançaram planos nacional e estadual de combate à dengue (Foto: Gerson Walber)

O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, ressaltou a importância das ações para combater o avanço da dengue, zika vírus e chikungunya no país e disse que esforço semelhante só foi visto no Brasil em 1916 para a erradicação da gripe espanhola. Ele apresentou nesta quinta-feira (7) o plano nacional para controlar a proliferação do Aedes aegypti logo depois de assinar o termo que autoriza a licitação para terminar o Hospital do Trauma.

Como o avanço da doença está associado aos hábitos da população, como evitar deixar água acumulada em casa, a campanha terá foco educativo, com a distribuição de informativos. Castro lembra que no Brasil, 67% dos focos do mosquito são encontrados dentro de domicílios, enquanto em Campo Grande o índice é de 80%.

Além disso, segundo o ministro, serão intensificados os trabalhos dos agentes de saúde e combate a endemias. Serão envolvidos na ação outros 19 ministérios para, além de controlar o avanço da infestação, dar suporte às gestantes e bebês em casos suspeitos de contaminação pelo zika vírus.

Castro revelou ainda que cerca de 800 pessoas morreram no Brasil no ano passado em decorrência de dengue e já foram registrados 3.650 casos de microcefalia associadas ao zika vírus.

Reinaldo Azambuja (PSDB) aproveitou para lançar a campanha estadual de combate a dengue, que será desenvolvida nos mesmos moldes, porém terá incremento tecnológico para facilitar o rastreamento de áreas com maior infestação.

Segundo o governador, foi desenvolvido um programa chamado e-endemias, que terá dados de todo o estado lançados em tempo real pelos agentes, que irão a campo equipados com tablets e smartphones. Antigamente, as informações coletadas pelos profissionais eram armazenadas em fichas de papel, que depois tinham que ser tabuladas para obtenção de dados.

Foi assinado ainda o decreto de criação do Comitê Estadual de Combate à Dengue, que terá sede em Campo Grande e reunirá diversas entidades governamentais e não-governamentais, como o Exército. Além disso, Azambuja aproveitou a ocasião para sancionar um projeto de lei do deputado Ângelo Guerreiro (PSDB) que prevê punições específicas para donos de imóveis onde forem encontrados focos de dengue, além de dar autonomia aos agentes para entrarem em locais fechados.

Além disso, a lei autoriza os agentes de saúde a entrar em qualquer imóvel para combater focos do mosquito Aedes aegypti, mesmo que o proprietário não autorize o trabalho ou não seja localizado. Só será permitida a entrada compulsória depois que o dono for notificado e o agente realizar até  três tentativas. Um policial militar ou guarda municipal deverá acompanhar a trabalho.

Os proprietários de imóveis onde forem encontrados focos do mosquito serão notificados e poderão ser multados em até R$ 444.

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