Mortes por gripe no Estado já é o maior dos últimos cinco anos
Com 14 mortes confirmadas, o número de óbitos por gripe em Mato Grosso do Sul já é o maior em cinco anos. A quantidade só é inferior a 2009, ano quando a doença “explodiu” e pegou especialistas de surpresa no combate e diagnóstico do vírus.
No ano “boom”, foram 27 mortes contra oito, em 2010. No ano seguinte, nenhum óbito foi registrado no Estado, mas, em 2012, 12 mortes foram confirmadas. No ano passado, boletim da SES (Secretaria de Estado de Saúde) noticiou 11 óbitos, 27,2% a menos que os 14 casos verificados do início de 2014 até o dia 9 desde mês.
Das 14 mortes, seis foram registradas em Campo Grande; cinco em Corumbá; uma em Água Clara, outra em Costa Rica e mais uma Dois Irmãos do Buriti. No mesmo período, foram computadas 359 suspeitas de gripe A em todo o Estado.
Nesta quinta-feira (10), Lucas Gonçalves, de 44 anos, morreu de pneumonia, sintoma clássico da doença, e é o mais novo caso de suspeita de gripe A na Capital. As autoridades, contudo, ainda não o listam entre os casos confirmados. No atestado de morte, além de pneumonia, consta infecção generalizada.
Praticamente no mesmo período de 2013, no dia 19 de junho, Mato Grosso do Sul registrava 185 notificações e um óbito confirmado. O ano, no entanto, fechou com 684 suspeitas e 11 mortes, das quais sete em Campo Grande.
Dicas - Segundo a médica infectologista e coordenadora do SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) da Santa Casa de Campo Grande, Priscila Alexandrino Oliveira, os sinais da gripe A são semelhantes aos causados pelos vírus de outras gripes, mas requerem cuidados especiais.
“O importante é analisar os sintomas, se a pessoa estiver com uma febre muito elevada e insuficiência respiratória, além de todos os sinais de uma gripe comum, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde”, orientou a médica. A medida, segundo ela, é importante para iniciar de imediato o tratamento com o medicamento adequado.
Segundo Priscila, o antiviral oseltamivir (Tamiflu) deve ser utilizado, em princípio, até 48 horas, a partir da data de início dos sintomas e deve ser prescrito. A médica assegura que o antiviral está disponível para tratamento de casos suspeitos de Gripe A e síndrome gripal, não havendo necessidade de aguardar o diagnóstico laboratorial de Influenza para iniciar o uso da medicação.
Para confirmar a presença da doença, é realizado teste com a mucosa nasal do paciente. O resultado pode demorar até sete dias úteis para ser concluído.
A infectologista informa ainda que a melhor forma de se prevenir contra a gripe A é lavar as mãos frequentemente, usar o álcool em gel para higienizar as mãos, evitar lugares fechados e com aglomerações de pessoas, além da vacina, produzida a partir de vírus atenuados que estimulam o sistema imunológico da pessoa a produzir anticorpos. “São como células de memória que podem produzir anticorpos para o vírus. Por isso a vacina é eficaz”, frisou.
Para finalizar, Priscila alertou que, no inverno, os casos de gripe aumentam, devido o fato de as pessoas estarem mais próximas, mais aglomeradas. “Se a pessoa der um espirro pode contaminar várias outras. A gente coloca toda hora as mãos nas vistas e nas mucosas, por isso a higienização é importante”, ressaltou.