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Cidades

Perda de 100 mil alunos levou à reordenação de escolas, diz secretária

Manifestações vêm acontecendo contra fechamento de séries e escolas em Campo Grande

Tatiana Marin | 20/12/2018 17:38

Quatro escolas estaduais foram alvo de manifestações de pais e alunos nos últimos dias encerramento de séries e fechamento de escolas estaduais. As escolas Riachuelo, Zamenhof, Henrique Cirilo e Consuelo Müller são as mais afetadas pelo programa de reordenação que vem sendo implantado desde 2015. Entretanto, a secretária estadual de educação Maria Cecília Motta afirma que a ação não afeta o número de vagas.

“De 350 mil, temos 250 mil alunos, nos últimos quatro anos”, afirmou a secretária na tarde desta quinta-feira (20) em entrevista ao Campo Grande News. O fenômeno é explicado pelos dados estatísticos. A justificativa, segundo Maria Cecília é dada com base nos números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que aponta a diminuição do nascimento de crianças, além da migração para as redes municipal ou particular. A titular da SED (Secretaria Estadual de Educação) acrescenta que a reordenação das vagas obedece à legislação e visa também gerar economia para o Estado.

Principais mudanças

Uma das unidades em questão é a Escola Estadual Riachuelo que atende alunos do AJA (Avanço de Jovens no Aprendizado), projeto que atende alunos de 15 a 17 anos, que ainda estão no ensino fundamental, e visa a correção da distorção da idade/ano. A unidade será transferida para o prédio da escola Hércules Maymone que, de acordo com a SED, tem estrutura, acessibilidade e é mais bem servido por linhas do transporte coletivo. Além da Riachuelo, outras duas escolas oferecem o AJA, que são as escolas estaduais Padre José Scampini, que fica no Coophavila II, e Célia Maria Nagles, situada na Moreninha III.

O fechamento da escola estadual Zamenhof, com 288 alunos, é uma das que mais geraram protestos. Neste caso, a secretária explica que os alunos de 2º, 3º e 4º anos do ensino fundamental serão realocados em 4 escolas municipais da região. Já os estudantes do 6º ao 9º ano serão direcionados para as escolas estaduais Maria Constância e General Malan.

A medida tem o objetivo de gerar economia para o Estado. “São poucos alunos no Zamenhof”, explica. Além desta unidade em Campo Grande, outros reordenamentos semelhantes acontecem no interior do Estado. “Fechamos escola em Camapuã, reordenamos em Bandeirantes e Bataguassu. Em um caso, duas escolas vizinhas turmas no turno noturno, uma com duas e outra com três turmas. É o dinheiro público. Seria improbidade da minha parte se não unisse tudo em um só prédio”, ressalta.

Já na escola estadual Henrique Cirilo, localizada no bairro Cruzeiro, a reorganização visa o gradual encerramento do ensino médio, para que a unidade concentre esforços no ensino fundamental II. “Neste ano não vamos oferecer para o 1º ano do ensino médio, no próximo para o 2º e assim por diante. Estamos fazendo devagar”, explica a titular da SED, medida que garante a terminalidade para alunos que já são matriculados na unidade.

Finalmente, a escola estadual Dona Consuelo Müller, no Jardim Jacy, terá as séries noturnas encerradas, com a garantia de terminalidade para alunos que já estudam na unidade. A escola em questão passará a oferecer ensino médio em período integral.

Motivações

Sem estudos que informem quanto será economizado com os reordenamentos, Maria Cecília destaca que “se houver economia, posso investir em computadores, laboratórios. Nesta gestão, não compramos computadores, por exemplo. Havendo economia, haverá investimos dos 25% na educação”.

Ainda, segundo Maria Cecília, os reordenamentos obedecem à legislação, que define que a educação infantil e o ensino fundamental sejam municipalizados, e o ensino médio fique a cargo do Estado. “Pode gerar algum transtorno, mas ninguém ficará sem aula ou desalojado. Não estamos fechando fagas, está sobrando vagas”, afirma.

Para a secretária, a reestruturação das vagas é benéfico para as escolas, pois os esforços ficam concentrados nas séries oferecidas pela unidade. “Uma escola que oferece fundamental I, fundamental II, ensino médio, EJA, AJA, perde o foco. A formação de professores, psicólogos é diferente, é com foco. A chance de errar é bem menor”, esclarece.

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