Pilotos presos em “treinamento” para traficar cocaína voariam até MS
Aeronave apreendida em SP seria de integrante do PCC; droga saía do Estado com destino a São Paulo e Santos, segundo apurou a Polícia Civil paulista
A Polícia Civil apreendeu nesta quarta-feira (25) um helicóptero usado para o transporte de cocaína em um hangar na cidade de Arujá, na Grande São Paulo. Segundo as investigações, a droga saía do Paraguai em caminhões, era carregada na aeronave em Mato Grosso do Sul e então distribuída para São Paulo e Santos.
O flagrante resultou na prisão de três pilotos: Rogério Almeida Antunes, o irmão Leonardo Almeida Antunes e Luiz Paulo Mattar Ferreira. Segundo informações repassadas pela polícia, o uso do helicóptero de prefixo PP-MAU para o tráfico de drogas era investigada desde janeiro desde ano.
Nesta quarta-feira, policiais da Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes) encontraram a aeronave passando por manutenção em uma oficina. Os investigadores acharam vestígios de cocaína no interior da aeronave, que estava sem os bancos traseiros e tinha duas bombas elétricas ligadas ao tanque, para facilitar o abastecimento com galões de combustível durante as viagens.
Para a polícia, marcas de choque com aves e insetos na frente do helicóptero indicam que os pilotos voavam baixo, rente ao solo, para evitar que fossem localizado por radares. “Isso é típico de aeronave usada para o tráfico", detalhou o delegado Aldo Galiano, da Seccional de São Bernardo do Campo, em entrevista ao G1.
Conforme as investigações, dois dos pilotos presos estavam em “treinamento” e se preparavam para viajar até Mato Grosso Sul. De acordo com o delegado Galiano, Leonardo e Luiz Paulo iriam aprender a rota do tráfico para o Paraguai e para Parnaíba - município a 422 de Campo Grande.
“Com as operações da Polícia Federal na fronteira, a droga saí em caminhões do Paraguai para Mato Grosso do Sul, de lá eles carregam a aeronave”, detalhou o delegado ao Globo News. Segundo as investigações, a carga de cocaína deixa o Estado com destino a São Paulo e também ao Porto de Santos.
O tráfico de drogas - De acordo com a polícia, o helicóptero de prefixo PP-MAU está no nome de Fábio Pinheiro de Andrade Alvania, mas a suspeita é que o comerciantes seja apenas o laranja de um esquema de tráfico de drogas envolvendo integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).
O verdadeiro dono da aeronave seria Felipe Ramos Moraes - principal suspeito de assassinar Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, apontados como as maiores lideranças soltas da facção no Ceará.
As investigações apontaram que Felipe passou de piloto a coordenador de rota na facção. Ao assumir o controle do “negócio”, o suspeito deixou o setor operacional sob comando de Rogério, que já havia sido preso em 2013, no Espírito Santo, com mais de 400 quilos de cocaína em um helicóptero.
O caso segue em investigação. A polícia tenta agora comprovar a ligação de Felipe com os três pilotos presos através do cruzamento de ligações.