Previsão é pessimista em audiência de conciliação entre índios e fazendeiros
É pouco provável uma conciliação entre índios e fazendeiros na tarde de hoje, durante audiência na Justiça Federal sobre demarcação na fazenda Buriti, em Sidrolândia.
Grupo terena e a família Bacha brigam na Justiça há décadas pela posse da área e hoje têm a oportunidade de chegar a um acordo. Mas pelo menos uma das partes é pessimista. O advogado geral da União, Antonio Paulo não lembra de uma conciliação nesse sentido. “É muito difícil uma conciliação. Não é nada comum em ações sobre posse de terra”, justifica.
O juiz Ronaldo José da Silva, da 1ª Vara Federal, tem o desafio de levar o ex-deputado Ricardo Bacha e o grupo de índios a um acerto. Ocorre que os terena acamparam na fazenda há 3 semanas e já anunciaram que não vão sair pacificamente.
Havia uma ordem de reintegração de posse que não foi cumprida porque as famílias indígenas conseguiram também na Justiça um prazo até hoje, para uma definição sobre o assunto.
Quatro lideranças terena participam da audiência, com suporte de advogado da Funai. Também participam procurador federal e o desembargador Sérgio Fernandes Martins, representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e presidente do Comitê Fundiário Nacional.
A segurança no fórum da Justiça Federal foi reforçada. Além de 3 homens só para coibir conflitos, há outros policiais esperando o resultado da audiência para depois, conforme a decisão, decidirem como será o procedimento em caso de reintegração de posse.
“Há um casamento perfeito entre Cigcoe e Polícia Federal para fazer a reintegração e posse caso seja necessário”, comenta o delegado da PF, Alcidio de Souza Araujo.