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Cidades

Solução caseira para enfrentar sensação térmica de 45ºC

Flávia Lima | 21/09/2015 13:19
Caroline Melgarejo molha as plantas e aproveita para jogar um pouco de água no piso do quintal para espantar o calor. (Foto:Simão Nogueira)
Caroline Melgarejo molha as plantas e aproveita para jogar um pouco de água no piso do quintal para espantar o calor. (Foto:Simão Nogueira)
Com o sol a pino no final da manhã, sombrinha era recurso para se proteger. (Foto:Simão Nogueira)
Com o sol a pino no final da manhã, sombrinha era recurso para se proteger. (Foto:Simão Nogueira)

Com a previsão dos principais centros meteorológicos indicando temperaturas perto dos 40ºC nesta segunda-feira (21) na Capital e umidade relativa do ar na casa dos 12%, a população tem buscado alternativas caseiras e principalmente que não afetem muito o bolso, para espantar o calor.

Segundo a meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, Clima e Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), a semana será de calor intenso e nesta segunda-feira, os termômetros no Estado podem chegar a 40ºC, com sensação térmica de até 45ºC no período da tarde em municípios como Aquidauana, Porto Murtinho e Água Clara.

Na Capital a previsão é que as marcas fiquem em torno de 37ºC e 38ºC, com sensação de 40ºC. A meteorologista explica que essa bolha de calor ocorre devido a um sistema de alta sub tropical, caracterizada por ventos calmos no seu interior e por ventos anticiclônicos em suas bordas. "Quando ela se aproxima do continente as  temperaturas ficam altas e temos essa impressão de estar dentro de uma panela de pressão", explica.

Como o fenômeno climático vai perdurar até sexta-feira (25), a tendência é que as altas temperaturas registradas no fim de semana, uma da maiores do ano, se prolonguem. No entanto, em Campo Grande, os termômetros não chegam a 42ºC, como pode ocorrer no interior de Mato Grosso do Sul.

Conforme dados do Cemtec, o setembro mais quente dos últimos anos foi registrado em 20110, quando as maiores temperaturas foram registradas em Coxim, com 42ºC.

O quadro se agrava, já que a umidade continua em estado crítico, prejudicando a respiração. Para amenizar o calor, quem não tem a sorte de morar em uma região rica em árvores, acaba fazendo uso de estratégias antigas, como encher o tanque para as crianças brincarem e espalhar panos úmidos pela casa, já quem nem sempre é possível comprar mais de um aparelho umidificador.

É o que tem feito a dona de casa  Astrea Camargo, moradora da Vila Alba. Apesar de residir em uma avenida arborizada, com brisas constantes, ela revela que espalha baldes de água pela casa para manter o ambiente umidificado.

Os ventiladores também são um recurso utilizado por ela para abrandar o calor. Avessa ao ar condicionado por elevar a conta de luz, ela conta que quando a temperatura não dá trégua, a solução é levar algumas cadeiras para a varanda e sentar com o marido à espera de uma brisa, quanto desfrutam dos pássaros que buscam alimento no portão de casa. "A gente tenta sobreviver. Nunca vi um calor desses em Campo Grande", conta Astrea.

No Bairro Taveirópolis, as árvores das ruas largas, próximas à Avenida Tiradentes, também não estão socorrendo muito os moradores. Para refrescar a criançada, a estudante Camila Melgarejo ligou por alguns minutos a mangueira no quintal e encheu e piscina no fim de semana para o irmão e os primos brincarem.

Refresco também para os cães da casa, que não se intimidam e buscam ficar perto da mangueira enquanto a estudante rega as plantas da varanda.

Dentro de casa, Camila revela que só tem ar condicionado no quarto dos pais. "Fica todo mundo amontoado la", ressalta. Nos demais cômodos, o que vem aliviando são os panos úmidos espalhados pela avó e os ventiladores, sem contar o tereré, principal arma da família para espantar o  calor.

Já no Bairro Amambaí, um dos mais antigos da Capital, a auxiliar administrativa Egda Oliveira e o vendedor de carros Célio Barros davam uma pausa na manhã desta segunda-feira tomando uma garrafa de água. Prática que os dois tem adotado também em casa. "Deixamos congelar e vamos tomando, não tem outro jeito", diz Egda.

O calor de sábado fez a filha ficar na piscina de um clube da cidade o dia todo e para amenizar o calor da noite, ela coloca umidificadores e ventiladores pela casa. "O ar condicionado é pior porque deixa o ar mais seco", afirma.

Além da hidratação constante com água, a sombrinha também se tornou acessório obrigatória, principalmente entre os idosos, população que mais sofre com as altas temperaturas. Mas o principal cuidado recomendado por dermatologistas para proteger a pele é o protetor solar, esquecido pela maioria das pessoas.

Vale lembrar que Mato Grosso do Sul é o único Estado em que os protetores, devido a lei do deputado estadual Marcio Fernandes (PT do B), são considerados medicamento ao invés de cosmético e, com isso, tiveram uma redução nos impostos, facilitando sua compra pela população.

Nova frente - Para quem já não sabe o que fazer para aliviar essa onda de calor, a meteorologista Cátia Braga diz que uma nova frente fria deve chegar ao Estado no sábado, baixando as temperaturas em todas as regiões. Mesmo com a chegada oficial da primavera na quarta-feira (23), ela diz que a mudança brusca de temperatura é esperada para o período. "Estamos em uma fase de transição de estações, então é normal ter características tanto de inverno quanto de verão", destaca.

A frente fria não deve causar muita chuva para aliviar a secura. Apenas algumas precipitações no centro-sul e oeste do Estado, mas o frio deve sobressair em todas as regiões, inclusive em Corumbá e Três Lagoas, onde devem ser registradas temperaturas em torno de 13ºC. Já no sul do Estado, os termômetros devem despencar, marcando entre 8ºC e 10ºC.

No domingo as temperaturas continuam caindo, até registrar o ápice na segunda-feira (28). "A mudança será repentina, já que o calor deve seguir até sexta-feira. Mas no sábado o sul-mato-grossense já vai acordar com o tempo nublado", destaca Cátia.  

A dona de casa Astrea Camargo prefere sentar na varanda para aliviar o calor. (Foto:Marcos Ermínio)
A dona de casa Astrea Camargo prefere sentar na varanda para aliviar o calor. (Foto:Marcos Ermínio)
Antes de continuar o trabalho, Egda Oliveira buscou água gelada em uma padaria no Bairro Amambaí. (Foto:Simão Nogueira)
Antes de continuar o trabalho, Egda Oliveira buscou água gelada em uma padaria no Bairro Amambaí. (Foto:Simão Nogueira)
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