Terceirizados vão esperar decisão da Justiça e prometem novas manifestações
Cerca de 2,5 mil pessoas participaram de protesto pelas ruas do Centro de Campo Grande; Prefeito espera conseguir revogação de decisão
Os trabalhadores terceirizados da Omep (Organização Mundial para Educação Pré-Escolar) e Seleta Sociedade Caritativa e Humanitária disseram que vão esperar a Justiça julgar o recurso que será feito pela Prefeitura de Campo Grande, mas caso não tenha uma decisão favorável vão voltar a se manifestar nesta terça-feira (20).
"O prefeito disse que vai ingressar com o recurso para reverter a decisão da Justiça e deve ter a resposta no fim da tarde. Vamos aguardar, mas se não tiver uma resposta ou se não for favorável vamos voltar a nos manifestar amanhã", relatou o Eder Cruz, de 30 anos.
Durante a manhã desta segunda-feira (19) cerca de 2,5 mil pessoas se reuniram na Praça do Rádio, percorreram a Avenida Afonso Pena até a Prefeitura de Campo Grande, onde foram atendidos pelo prefeito Alcides Bernal (PP), seguiram para o Fórum na Rua Barão do Rio Branco e percorram novamente a Avenida Afonso Pena até o cruzamento com a Rua 14 de Julho, onde bloquearam o trânsito por uma hora.
Os manifestantes pedem para que seus direitos sejam garantidos, uma vez que 4,3 mil pessoas que são contratadas pela Omep e Seleta estão proibidas de prestar serviço à prefeitura por determinação judicial, e não receberam as rescisões trabalhistas.
Na rua - Os funcionários do Centro Pop - que cuida de moradores de rua de Campo grande - reconheceram durante o trajeto da manifestação um morador de rua que ficava no local. O rapaz estava dormindo de baixo de algumas plantas no canteiro central da Avenida Afonso Pena, entre as ruas 13 de Junho e José Antônio.
O cuidador, Márcio Santiago, 28 anos, disse o homem passava o dia no Centro Pop para não ficar na rua. Ele relatou que a unidade oferece cursos profissionalizantes, ressocialização, assistência social, entre outros serviços.
"Ele ficava com a gente. Eles ficam lá e conseguem encaminhamento para trabalho, conseguem documentos", explicou.
De acordo com o ex-supervisor do local, Claudinei Ferreira, eram atendidos por dia entre 70 e 80 moradores de rua que são de Campo Grande e dormiam no Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante), que foi fechado no sábado (17).
"No Cetremi dormiam mais de 100, mas só os de Campo Grande que ficavam com a gente no Centro Pop", esclareceu.
Eles explicam que o local fechou uma vez que 25 funcionários eram das organizações e apenas quatro não eram terceirizados. "Todos foram demitidos, sendo que a maioria tinha vínculo direto com o pessoal da rua", explicou.