Violência nas escolas é por motivo fútil e "ganha força" no Facebook
Além de permanecerem no ambiente escolar, as manifestações de violência entre jovens em escolas públicas de Mato Grosso do Sul começaram a ser propagadas pelo Facebook e outras redes sociais. Com a popularização da internet, crianças e adolescentes começaram utilizar a rede para revelar suas “rivalidades” e “problemas”, que, na maioria das vezes, nascem de um motivo fútil.
O tema violência nas escolas públicas foi debatido, nesta terça-feira (8), em um seminário realizado na ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública). De acordo com a presidente da APM (Associação dos Pais e Mestres) da Escola Estadual Joaquim Murtinho, em Campo Grande, Zuleide Lara de Oliveira, as redes sociais, principalmente o Facebook, se tornaram uma forma errônea de exposição das diferenças.
“As manifestações de violência são de vários tipos e todas se enquadram no chamado bullying, que é grave. Isso vem ganhando força no Facebook e nas redes sociais. Recebemos muitas queixas de pais que descobrem, pela internet, que seus filhos se envolvem em brigas por motivos fúteis”, revela.
Para Zuleide, que está a frente da associação há seis anos, entre um mandato e outro, o simples fato de um aluno olhar para o outro com uma expressão menos amigável é motivo de briga. “São diferenças que poderiam ser resolvidas facilmente, mas acabam em violência até física. Eles [alunos] acham que podem resolver tudo sozinhos”, afirma.
As confusões que envolvem meninas costumam ser causadas pela disputa pela preferência dos meninos. Estes, por suas vezes, costumam se envolver em conflitos com os professores, conta a presidente da associação. “É comum as meninas brigarem pelos garotos. E eles, entram em desavença com os professores. É um conflito de ideias mal interpretadas que causam brigas e confusões”.
Uma forma de se diminuir a violência entre alunos em escolas seria a criação de projetos regionais que contemplassem o individual, opina Zuleide. Para ela, cada escola tem sua identidade e deve receber tratamento diferenciado na resolução de problemas, seja de brigas, drogas ou indisciplina.
Debate – O encontro reuniu autoridades da Educação, Política e Polícia. Os presentes conversaram e discutiram a melhor forma de diminuir o grau de violências em salas de aula e colégios.
O tema ganhou força no mês passado, depois que a estudante Luana Gregório, 15 anos, foi esfaqueada em frente ao colégio estadual em que estudava, em Campo Grande, e morreu horas depois na Santa Casa.
Além do episódio com Luana, o seminário relembrou casos como o de um diretor que foi assassinado a tiros, em 2012, em um colégio estadual no distrito Casa Verde, Nova Andradina, e de um professor que foi esfaqueado dentro da escola em que dava aulas, no bairro Universitário, em Campo Grande, no ano passado.