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As vantagens de comprar roupas e acessórios em brechós

Se há 6 anos eu tinha um pouco de preconceito, hoje sou uma consumidora fiel de roupas de segunda mão.

Larissa Almeida (*) | 29/08/2023 14:19

Eu sou uma consumidora de peças de segunda mão desde 2017. Se antes de conhecer os brechós eu tinha preconceito – receio de usar peças que já foram de outras pessoas, de encontrar produtos sujos e desgastados, em ambientes empoeirados – hoje eu passaria o dia listando as vantagens de comprar roupas e acessórios usados.

E cada vez mais consumidores estão aderindo a este mercado. Segundo pesquisa divulgada pela Folha de S. Paulo, só no primeiro semestre de 2022, a demanda nos brechós no Brasil cresceu em média 30%. Nos Estados Unidos, deve ultrapassar o valor do setor de fast fashion até 2030. E mais, de acordo com o Google, as pesquisas por itens de vestuário usados subiram 572% entre os primeiros semestres de 2019 e 2022.

De acordo com um levantamento do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), o faturamento do setor ficou em R$ 2,9 bilhões em 2021.

Fiz um vídeo mostrando como comprar peças no meu brechó preferido aqui de Campo Grande. E abaixo, listei algumas das principais vantagens:

1. Custo-benefício

Em uma loja de roupas novas, uma peça de poliéster tem preço médio de R$ 100,00, R$ 200,00. Poliéster é uma fibra sintética, quente e pode deixar cheiro de suor impregnado na região das axilas. Claro que tem a vantagem de não precisar passar em alguns casos e de ser mais fácil de lavar. Mas não costumam ser tão confortáveis no contato com a pele. Em brechós, é possível encontrar peças em seda, que é uma fibra natural extremamente fresca e macia, por este valor.

Além disso, para quem gosta de roupas de grifes nacionais e internacionais, vale a pena investir em peças seminovas por um valor muito inferior ao preço encontrado nas lojas. Uma bolsa Louis Vuitton que custaria R$ 15.000,00 nova, pode ser encontrada por R$ 5.000,00 em um brechó. Mas é importante conferir se a loja é de confiança e que vende produtos originais.

2. Consumo responsável

A indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo, atrás apenas da indústria petrolífera. Estudos indicam que uma roupa de segunda mão pode emitir até 82% menos carbono do que um item novo.

Levantamento publicado pela Global Fashion Agenda, organização sem fins lucrativos, aponta que mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados nos últimos anos e a projeção é de um aumento de 60%, ou mais de 140 milhões de toneladas nos próximos oito anos.

De acordo com pesquisa do grupo ambientalista Stand.earth, a indústria da moda é responsável por 10% das emissões anuais de dióxido de carbono (CO₂).  Se as condições não mudarem, a indústria da moda usará até um quarto do orçamento mundial de carbono até 2050, preveem os pesquisadores.

Estudos mostram que os consumidores são mais propensos a jogar fora roupas baratas e da moda do que roupas caras e atemporais. E como são feitas com tecidos de fibras mais baratas, estas peças não podem ser recicladas em novos tecidos, indo parar em aterros sanitários e lixões, demorando centenas de anos para decompor. Roupas de fibras sintéticas também contribuem para a poluição dos oceanos, porque podem conter microplásticos nocivos aos animais aquáticos.

3. Exclusividade

Podemos encontrar tanto peças modernas quanto peças vintage, e as produções ficam muito mais elaboradas e estilosas. As peças de brechó, ao contrário das lojas comuns, são em grande parte exclusivas. Isso porque são de coleções mais antigas, as vezes até mesmo vintage, guardadas em bom estado por 20,30 anos, e você não vai esbarrar em outras pessoas vestindo as mesmas peças.

Agradecimento especial a Lara, proprietária da Oliver Desapego, brechó onde gravei as imagens desta coluna.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.

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