As casas de leilões de gado descobriram a existência do cartão de crédito
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, os leilões descobriram os cartões de crédito.
A cena é curiosa, em plena Avenida Paulista, em São Paulo, um esmoleiro pede um dinheirinho...aceita cartão de crédito. O dinheiro de plástico está presente nas transações dos botecos mais longínquos do planeta há muitas décadas. Finalmente, as casas de leilões de gado descobriram a existência dessa facilidade. Surgiu o cartão de crédito do pecuarista. Pelo menos em Londrina, no Paraná, o mundo contemporâneo mostrou a mudança. Uma casa de leilões fez uma parceria com o Visa e o Banco Santader e aumentou substancialmente suas vendas. Enquanto no segundo trimestre do ano passado ele vendeu touros pela média de R$ 8 mil, neste ano, o valor está em torno de R$ 10 mil, um aumento de 25%. A aceitação por parte dos fazendeiros tem sido boa.
Avaliação do professor, um elemento crucial para a melhoria da qualidade de ensino.
Professores que dominam o conteúdo a ser ensinado. Outros não conseguem "conquistar" seus alunos para que participem das aulas. Os problemas da qualidade das aulas e do ensino em geral no Brasil são imensos. Dista a época em que recebiam salários de "fome". Passaram ao nível do razoável. Mas os problemas da qualidade do ensino permanecem. Nada mudou abaixo do Equador. Eles precisam ser avaliados e demitidos se for o caso. A estabilidade não pode se virar contra os alunos. Já bastam as frequentes, e politizadas, greves que tanto ferem a possibilidade de uma melhoria da educação.
A avaliação precisa ser baseada na evolução do desempenho dos alunos de cada professor. Não pode ser feita por meio de uma prova para o docente porque não há clareza que tipo de conhecimento é necessário para melhorar o desempenho dos estudantes. Ter um professor que seja bom em matemática não significa que seus alunos aprenderão matemática. É preciso observar o "valor agregado" de cada professor ao conhecimento de seus alunos. E isso é muito controverso, pois é puramente estatístico. Talvez a avaliação bem feita necessite também de algum tipo de avaliador ou supervisor externo que assista às aulas e faça uma avaliação mais humana, que leve em conta o contexto da sala. Seja como for, a avaliação do professor é um elemento crucial para fomentar educação de qualidade.
As dívidas estão sufocando as Santas Casas.
Com endividamento estimado em R$ 21 bilhões (algo como R$ 140 milhões em Campo Grande), as Santas Casas, que representam 54% dos atendimentos totais do SUS, buscam algo para respirar ao longo dos próximos meses. Além de discutir com o governo federal, Estados, deputados e senadores uma solução para a crise em que se encontram, procuram fontes alternativas de receita. Algumas delas estão em pleno processo de reestruturação, algo que quando é feito por aqui só piora o quadro, enquanto outros ameaçam fechar as portas por conta das dívidas e atraso no pagamento de salários e serviços.
No início de agosto, gestores das Santas Casas se reuniram em Brasília com deputados federais e senadores para discutir a situação dessas entidades. O quadro é muito complicado e precisará de uma negociação ampla com o Congresso, governo federal, Estados e Municípios. Vem logo adiante uma nova pressão local.
As Santas Casas são responsáveis por mais de 240 milhões de atendimentos ambulatoriais do SUS por ano. Em mais de mil cidades brasileiras a unidade filantrópica é a única alternativa de atendimento público. Reclamam que há uma defasagem de 30% em relação aos valores pagos pelos governantes. Para sobreviver, uma das saídas é buscar recursos externos. Por exemplo, criaram o programa Adote um Leito em Minas Gerais, em que empresas aportam valores referentes ao custo de manutenção mensal de um leito. Outra fonte inovadora de captação de recursos que vem sendo usada em várias regiões do país é a rede de voluntariado digital, um sistema de financiamento coletivo, baseado no "crowdfunding", em que as pessoas doam qualquer quantia pela internet. Esperar dinheiro novo de Brasília é sonhar com o impossível, o Ministério da Saúde sofreu um corte R$ 11,7 bilhões.
Medicamentos do governo. Uma conta que não fecha.
As despesas do governo federal para 2015 com os medicamentos preveem o acréscimo de 11%, aumentando de R$ 12 bilhões para cerca de R$ 15 bilhões. A lista de produtos oferecidos pelo SUS passou de 550 itens em 2010 para os atuais 840, além de medicamentos para uso hospitalar e oncológico. Outros 127 novos medicamentos devem ser incorporados, número quase três vezes maior que as inclusões dos últimos seis anos. Entre essa mais de centena de novos remédios estão os voltados para o tratamento de hepatite C, classificado como um dos melhores do mundo. Só para esse novo tratamento de hepatite C estão previstas despesas da ordem de R$ 500 milhões para atender 15 pacientes. São números estratosféricos.
A grande questão é que a conta não fecha. Os gastos com medicamentos estão crescendo bem acima do total de dinheiro que o Ministério da Saúde tem a seu dispor; no momento está gastando 15% desses recursos. E não para de crescer. Para piorar o quadro, há uma grande preocupação desse setor industrial e governamental com a alta do dólar, porque 85% dos princípios ativos utilizados na fabricação de remédios são importados. Quem pagará a conta?