A alta do dólar vai mexer no seu bolso do pãozinho à cerveja
Do pãozinho à cerveja, a alta do dólar e dos impostos vai mexer em teu bolso.
A alta do dólar superou a barreira psicológica dos R$ 4. Uma aposta arriscada para aqueles que investem contra os cofres do governo e para a economia do Brasil. Mas, não pense que é apenas uma "guerra" que envolve os poderosos bilionários e o governo. Muitas mercadorias terão seus preços elevados. O pãozinho nosso de cada dia é estrangeiro, o trigo vem para o Brasil principalmente da Argentina e continuará a ter seus preços majorados. A carne dos sagrados churrascos de domingo é brasileira, todavia com a alta do dólar os frigoríficos priorizarão enviá-la para o exterior. A carne tende a se tornar peça rara nas gôndolas dos supermercados e ainda mais cara. A cerveja da balada da sexta-feira terá aumento de preço. O governo que não aumenta impostos, entrou na onda nacional e está fazendo espuma. Pior para vinhos e uísques - pressão de alta dupla - dólar e imposto. Os cosméticos também terão uma dupla pressão de alta de preços: muitos são estrangeiros e mesmo os nacionais, tem insumos vindos de outros países, além da majoração de imposto local - peso duplicado em seu bolso.
Mesmo para quem não bebe, não lava cabelo com shampoo, não pinta as unhas e não come pão, as notícias não são boas. O material de limpeza de sua casa também está sendo atingido pelo aumento de preços - detergentes, desinfetantes, sabões em pó e congêneres, terão seus preços aviltados. Haverá alguma demora para aumento nos preços da maioria dos medicamentos devido aos elevados estoques existentes no país, mas o aumento virá, mais cedo ou mais tarde. O item "medicamentos", ocupa o segundo lugar na pauta de importações brasileiras, perde apenas para petróleo. Para a classe média que comprou passagem de férias para o exterior e torce pelo impeachment da Dilma, as novas também não são interessantes. Terá de optar por um deles - não viajará para o exterior ou passará para o, cada vez menor, bloco do "Fica Dilma". O impeachment é, sem dúvida, o principal fator de elevação do preço do dólar.
O "risco" Dilma superou o "risco" Lula. A alta do dólar é o preço do fracasso.
Em 2008 o então Ministro da Fazenda concedeu uma entrevista à imprensa quando explicou a queda recorde do dólar que valia R$1,71: "É o preço do sucesso", afirmou Mantega sorrindo. De acordo com ele "a moeda (brasileira) se valoriza porque as pessoas e os investidores têm muita confiança no Brasil".
Passaram-se sete anos desde aquele dia. A moeda norte americana quebrou o recorde de alta que ocorreu na campanha eleitoral de 2002. Ultrapassou R$4,20. Na interpretação desse nervoso mercado, o atual "risco" Dilma superou o antigo "risco" Lula. Se concordamos com Mantega de que o dólar a R$1,71 é o preço do sucesso, a alta do dólar para além dos R$4 é o preço do fracasso.
O mais cruel efeito da alta da moeda norte americana é sobre a inflação, que será pressionada pela alta dos preços de produtos importados e nacionais. A lista é interminável: pão, azeite, vinho, uísque, bacalhau, celulares, televisores, desodorantes, cremes, shampoos fertilizantes e defensivos agrícolas....A quase totalidade dos analistas concorda que o atual patamar do câmbio reflete muito mais a enorme incerteza política do que qualquer derrapada econômica. São os políticos que estão levando o país e os brasileiros à derrocada.
O Real está roto e rasgado.
A moeda brasileira ocupa a segunda posição dentre as que mais perderam valor no mundo, nos últimos doze meses.
Problemas à vista para o governo estadual: a Gaspetro, empresa da Petrobras, está sendo vendida para uma empresa japonesa.
A Gaspetro é uma empresa pertencente à Petrobras que trabalha com o gás boliviano. De Corumbá (MS) a Uruguaiana (RS), a empresa conta com uma malha de gasodutos com mais de 7 mil quilômetros. A Petrobras acaba de confirmar que está em negociações finais para vender 49% da Gaspetro para a japonesa Mitsui Gás. Em nota, a estatal informou que essa operação faz parte de seu programa de desinvestimento, que deve gerar um reforço de caixa de US$ 15 bilhões.
Comércio exterior. Os negócios mudaram de endereço, agora estão "lá fora".
Enquanto as exportações de grãos sofrem com a redução de preços, a exportadora ADM Brasil não para de investir. Atualmente, está construindo um complexo de produção e logística de proteína de soja na nossa Capital. Serão investidos R$ 750 milhões. A empresa ampliou seu quadro de funcionários em 5% com atenção para a área de comércio exterior. Explorar as possibilidades de negócios em outros países, como faz a ADM, é o caminho que companhias, inclusive pequenas e médias, percorrem para expandir os negócios, especialmente em momentos de desvalorização da moeda.