A gripalização da covid ocorrerá até junho? A vigilância sentinela
A relação humana com o vírus da covid está em continua mudança. Os protocolos e cuidados são cada vez mais laxos, afrouxaram muito, à medida que mais pessoas tiveram contato com ele e que as vacinas surtiram bom efeito. A ômicron veio mudar essa situação. Mas, brevemente sairá do radar do perigo. Aproximadamente, em um mês e meio, estará esquecida. Caso não surja outra variante de alto risco, o passo seguinte será começar a tratar a pandemia de forma similar a que tratamos a gripe: sem contar cada caso e sem fazer testes ante o menor sintoma. Alguns países europeus estão estudando um método de acompanhamento que denominam "sentinela".
Sentinela será adotado no Brasil?
No lugar de reportar cada caso de covid que se detecta no país, algo insustentável a longo prazo, escolherão um grupo de médicos - não negacionistas - que trabalharão em comum acordo com a rede de hospitais, para criar amostras estatísticas significativas e em pontos chave, como são feitas as pesquisas de opinião pública. Assim, estarão de "sentinela" verificando como se expande a enfermidade, da mais leve à mais grave, mas não mediante a contagem exaustiva, e sim com extrapolações.
Modificar o sistema de vigilância, não o tratamento.
Vários países europeus já estão na fase de transição para o sistema sentinela. Boa parte do trabalho já está realizado. O que estão preparando é o sistema de vigilância e não o tratamento. Em seu trabalho clínico, os médicos continuarão atendendo os pacientes com os protocolos e tratamentos que surtam efeito. Os europeus se preocupam com o frio, época de surtos de gripe - e de covid, é claro. Para eles, o frio ainda em vigor, só retornará em novembro. Nós teríamos de nos preparar para maio.
A gripalização.
A maioria dos especialistas acreditam que a gripalização da covid ocorrerá neste semestre ou, no máximo, no fim do ano. Parece que o vírus está alcançando algum equilíbrio, como ocorreu com a gripe de 1918, denominada erroneamente de "espanhola" (em verdade, começou nos Estados Unidos). Aquela pandemia causou muitas mortes no início, mas após dois ou três anos, se assentou como um vírus importante só no inverno.
